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Boletim de urna em que votação de Haddad é maior do que o total de eleitores é falso

08/10/2018 – É falsa a imagem de um Boletim de Urna que circula em redes sociais e em aplicativos de mensagens instantâneas indicando que o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, teve mais votos que o número de pessoas que usaram a urna eletrônica.

Ainda de acordo com a peça de desinformação, os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB) não teriam tido nenhum voto, o que também é falso.

De acordo com a foto digitalmente alterada, Haddad teria computado 9.909 votos, enquanto o número de eleitores que compareceram à votação seria de 477. A imagem viral, além de não mostrar o boletim inteiro, não mostra o número da seção e do município.

O Comprova teve acesso ao documento original. A votação aconteceu na cidade de Nagóia, no Japão – município 30198, na documentação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Haddad teve, na verdade, nove votos (0009 na numeração do boletim). O Comprova teve, também, acesso à foto original do boletim, que acabou sendo adulterada.

Além disso, Boletins de Urna regulares não exibem nomes de candidatos que não receberam votos, ao contrário do que a imagem que circula nas redes faz supor, como informa o TSE ao Comprova.

Também é possível observar que a foto falsa que circula na internet exibe borrões nos números dos candidatos que não teriam recebido nenhum voto, como no caso do dígito zero mais à direita junto aos nomes dos candidatos Alckmin e Bolsonaro.

O tucano e o candidato do PSL, que está no segundo turno com Haddad, obtiveram, respectivamente 11 e 372 votos em Nagóia.

O Boletim de Urna original mostra que, naquela seção, de 777 eleitores aptos a votar, 477 compareceram e 300 não compareceram – estes dados conferem com os apresentados na imagem alterada.

Os números de “resumo de correspondência” e “código de verificação” são os mesmos na imagem falsa e na verdadeira. O horário também corresponde nas duas imagens.

Além de circular em correntes de WhatsApp com o objetivo de deslegitimar as urnas eletrônicas, a imagem falsa do Boletim de Urna também foi compartilhada no
perfil oficial de Jair Bolsonaro <https://www.instagram.com/p/BorhqX8FqwS/?hl=pt-br&taken-by=nordestebolsonaro> no Instagram pelo Stories – ferramenta em que fotos e vídeos desaparecem após 24 horas.

Investigado por: 2018-10-07

Boletins de urnas cuja votação já foi finalizada divulgam o resultado da seção

Na manhã deste domingo, 7 de outubro, diversas imagens de boletins de urna com a votação para presidente começaram a surgir na internet, na medida que as eleições em países da Ásia e Oceania eram encerradas – devido à diferença no fuso horário. As imagens que mostram a apuração dos votos, porém, só podem ser validadas como verdadeiras se acompanharem o código QR do boletim.

O próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou que alguns dos boletins já encontram-se disponíveis. Segundo o comunicado oficial publicado em seu site, o tribunal afirma que “os boletins contêm todas as informações relativas à votação em determinada seção, incluindo comparecimento de eleitores, contagem de votos brancos e nulos e o número de votos nominais e de votos de legenda”.

De acordo com o TSE, o Boletim de Urna (BU), é um documento que registra os votos recebidos pelos candidatos nas diferentes seções eleitorais. “Encerrada a votação, às 17h (horário local), a urna imprime cinco vias do boletim. O documento impresso traz a identificação da seção eleitoral, bem como o número de eleitores que ali votaram e a quantidade de votos registrados para cada candidato ou partido”, explica o site do TSE.

Cada boletim acompanha, ao fim, um código QR com o qual qualquer cidadão pode conferir os resultados apurados nas urnas com o aplicativo Boletim na Mão instalado no seu smartphone. Alguns dos boletins que viralizaram nas redes sociais exibem também o código, e o Comprova pode verificar a veracidade dos documentos das zonas de Taipé (Taiwan), Sydney (Austrália) e Xangai (China).

Qualquer pessoa pode tirar uma foto e distribuir nas redes sociais as imagens dos boletins, como afirma um material produzido pela Gazeta do Povo, parceira do Comprova. Porém, de acordo com o TSE, as imagens não podem ser consideradas como um vazamento do resultado, uma vez que nada ainda foi divulgado oficialmente — a apuração só será divulgada a partir das 19h pelo horário de Brasília.

Investigado por: 2018-10-06

Uso de camiseta com inscrição de candidato não anula voto

Estão circulando no WhatsApp dois textos que pedem que eleitores do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) não usem camisetas com a identificação do candidato no dia da votação, sob o risco de terem seus votos anulados. As mensagens têm sido compartilhadas desde a sexta-feira, 5 de outubro, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou que o uso de camisetas de candidatos está liberado nessas eleições.

“Não vá votar com camiseta amarela ou de outra cor qualquer que possa lhe identificar como ‘bolsonariano’, pois logo que você votar os mesários podem colocar o n° 17 do lado da sua assinatura de quem votou no Bolsonaro (sic) e assim anular o voto”, diz o texto. Além de não haver indícios de que os mesários estariam se articulando para “anular” os votos dos eleitores do candidato do PSL, a inclusão do número na assinatura é crime, passível de prisão e multa, mas não gera a anulação do voto.

É o que diz o Artigo 350 do Código Eleitoral: “Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais. Pena: reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular”.

O trecho ainda afirma que “se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de assentamentos de registro civil, a pena é agravada”.

Esse boato é, na verdade, o desenvolvimento de outro, desmentido pelo Comprova no dia 20 de agosto , em que um vereador do interior de São Paulo gravou um vídeo pedindo para que os eleitores de Bolsonaro colocassem o número 17 ao lado da sua assinatura, como forma de confrontar os votos computar nas urnas eletrônicas. À época, o Comprova esclareceu que falsificar assinatura poderia levar à prisão.

A outra mensagem afirma que “quando tiver três ou quatro (eleitores) com a camisa do Bolsonaro na fila (de votação), vai sair o presidente da seção que pode ser um esquerdista, chamar a polícia e os acusar de fazer boca de urna, com isso os votos dos trouxas são anulados na hora”.

A “manifestação individual e silenciosa” do eleitor, através do uso da camiseta, porém, não é punível. A recomendação do TSE esclarece que só são considerados crimes a “aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado”, “caracterização de manifestação coletiva e/ou ruidosa”, “abordagem, aliciamento, utilização de métodos de persuasão ou convencimento” e “ distribuição de camisetas”.

Investigado por: 2018-10-05

PF não apreendeu van com urnas eletrônicas adulteradas

É falso que a Polícia Federal (PF) tenha feito uma apreensão de uma van com urnas eletrônicas adulteradas e que a Rede Record tenha noticiado isso, como indica uma mensagem que passou a circular no WhatsApp.

O boato afirma que, dos 152 equipamentos que teriam sido confiscados, 121 estariam “preenchidas com voto para o Haddad com pelo menos 72% dos votos”.

Procurada, a PF informou que não há registro de uma ocorrência do tipo. No site da instituição, também não existe qualquer referência a recolhimento de urnas eletrônicas.

Buscas no site da Record TV e no portal R7 não indicam nenhuma matéria recente sobre apreensão de urnas eletrônicas. Outros veículos de imprensa também não reportaram nenhum caso como o descrito na corrente.

O site E-farsas e a campanha do PT também desmentiram essa peça de informação.

Investigado por: 2018-10-05

Não é verdade que manifestantes ficaram nus em protesto contra Bolsonaro

Não houve manifestação com pessoas peladas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Uma foto que viralizou no Facebook com a legenda “vejam como o pessoal do campus da UFMG tirou a manhã de hoje para protestar contra o Bolsonaro” foi, na verdade, tirada em Melbourne, na Austrália, há quase 17 anos.

Para encontrar a foto original, basta utilizar uma ferramenta de busca reversa de imagem. No Google Imagens, por exemplo, o usuário pode carregar uma imagem ou pesquisar pelo link da foto. Os resultados mostram os sites em que aquela imagem aparece.

Ao buscar a foto que viralizou no Facebook, é fácil comprovar que a reunião de pessoas peladas ocorreu no dia 7 de outubro de 2001. Segundo informou o jornal australiano The Daily Telegraph, trata-se da sessão de fotos “Naked City” (Cidade Nua, em inglês) para o artista Spencer Tunick. Ele é conhecido por tirar fotografias de grandes aglomerações de corpos nus.

A UFMG também negou, por meio de nota, que a foto seja de uma manifestação em seu campus. A universidade comunicou que lamenta que “o espaço intermidiático da cultura em rede esteja sendo povoado de inverdades”. No dia 29 de setembro, quando milhares foram às ruas para as manifestações #elenão, um evento no Facebook convocava pessoas para uma concentração “pré-ato” na Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG. Fotos publicadas pelo Centro Acadêmico de Filosofia mostram que não houve protesto com pessoas nuas.

A foto enganosa publicada pelo usuário Mauro Alvim foi compartilhada 53,9 mil vezes entre os dias 4 e 5 de outubro no Facebook.

Investigado por: 2018-10-05

Frase sobre fim do cristianismo é de John Lennon, e não de Manuela D’Ávila

Não é verdade que Manuela D’Ávila (PcdoB), candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad (PT), afirmou que o cristianismo vai desaparecer e que “nós somos mais populares do que Jesus Cristo neste momento”. A declaração que aparece em uma montagem postada no Facebook foi dada, na verdade, por John Lennon, referindo-se aos Beatles, no dia 4 de março de 1966.

Trata-se de uma das mais famosas e polêmicas declarações de Lennon. Ele fez a afirmação em uma entrevista ao jornal inglês The Evening Standard durante o auge da Beatlemania, a idolatria pela banda inglesa de rock. Responsável pela entrevista, a jornalista Maureen Cleave comentou a história em artigo publicado em 2005 no jornal The Telegraph.

Em 2010, 40 anos depois do fim dos Beatles, o L’Osservatore Romano, jornal oficial da Santa Sé, publicou uma reportagem elogiando o grupo. “Eles até chegaram a dizer que eram mais populares que Jesus. Mas, ouvindo suas músicas, tudo isso parece distante e insignificante”, disseram Giuseppe Fiorentino e Gaetano Vallini no artigo.

A polêmica afirmação fez parte de um argumento maior do beatle. O contexto original da declaração era o seguinte: “O cristianismo vai desaparecer. Não preciso argumentar isso; estou certo e isso será provado. Somos [os Beatles] mais famosos que Jesus; eu não sei o que morrerá primeiro – o rock ou o cristianismo. Jesus era legal, mas seus discípulos eram toscos e ordinários. Para mim o que estraga tudo são eles deturpando as coisas”.

O projeto Comprova procurou no Google e no YouTube por eventuais declarações de Manuela que pudessem se assemelhar à fala de Lennon e nada encontrou.

Em nota emitida nesta sexta-feira, 5 de outubro, a coligação de Haddad e Manuela desmentiu a montagem postada no Facebook. A campanha afirma que a candidata, que se declara cristã, jamais falou tal frase. “Sou cristã e defendo e pratico o mais absoluto respeito com todas as religiões”, diz Manuela.

Publicada na manhã de quinta-feira, 4 de outubro, a postagem feita por um perfil que manifesta apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) tinha 89 mil compartilhamentos até as 15h desta sexta.

Post com propostas atribuídas a Bolsonaro mistura informações falsas e verdadeiras

Uma lista de oito “propostas” atribuídas ao candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), amplamente repercutida no Twitter, mistura informações falsas e enganosas a outras verdadeiras ou ambíguas a respeito do que o presidenciável de fato pensa e propõe.

O tuíte elenca como proposições do candidato o “fim do 13º e férias”, “redução da licença maternidade”, “Imposto de Renda igual pra ricos e pobres”, “volta da CPMF”, “fim do Bolsa Família e projetos sociais”, “entrega da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa para americanos”, “mais armas em circulação” e “teto de gastos com saúde e educação”.

Para verificar se os itens acima compõem ou não o conjunto de ideias que o candidato pretende implementar, caso seja eleito, o Comprova analisou seu plano de governo e consultou entrevistas concedidas por ele e por aliados sobre temas propostos para o país. Dentre o total, seis pontos são falsos.

A informação de que o presidenciável quer o fim do 13º salário e das férias remuneradas é baseada em declarações do seu companheiro de chapa e candidato a vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), que já criticou os dois direitos trabalhistas, classificando-os como “jabuticabas brasileiras”. A fala gerou atritos na campanha e levou Bolsonaro a desautorizar publicamente Mourão, afirmando que criticar o 13º salário é uma “ofensa a quem trabalha”. Além disso, o tema não aparece no plano de governo dessa candidatura. Dias depois da bronca de Bolsonaro, no entanto, o general Mourão voltou a criticar a existência do 13º.

O candidato também desautorizou seu economista, Paulo Guedes, após ele, em conversa com investidores, em 19 de setembro, sugerir um novo imposto nos moldes da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e o estabelecimento de alíquota única de Imposto de Renda, de 20%, para pessoas físicas e jurídicas. Sobre o tema, o candidato do PSL esclareceu, no Twitter: “Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendemos recriar a CPMF. Não procede”.

Sobre o IR, Bolsonaro, em entrevista concedida no dia 24 de setembro, defendeu a isenção para aqueles que recebem até cinco salários mínimos (R$ 4,7 mil – hoje, é isento quem ganha menos de dois, R$ 1,9 mil), mas uma alíquota única de 20% para aqueles com renda acima do patamar.

Nesta campanha presidencial, o candidato não incluiu em seu plano de governo nem mencionou em entrevistas ideias para rever o período de licença-maternidade, mas já o fez em ocasiões anteriores. Ele criticou esse direito em 1993, segundo uma reportagem da revista Veja, e em uma declaração dele em entrevista concedida ao jornal Zero Hora em 2014.

“A mulher luta muito por direitos iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? ‘Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade’. (…) Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano”, afirmou Bolsonaro na época.

Quem defendeu recentemente a redução da licença-maternidade foi o Clube Militar, que congrega oficiais das Forças Armadas, e cujo presidente licenciado é o general Hamilton Mourão, vice-de Bolsonaro.

A informação de que o candidato pretende encerrar o programa Bolsa Família e projetos sociais é falsa. O plano de governo dele propõe “a modernização e aprimoramento” do benefício e fala em “instituir uma renda mínima para todas as famílias brasileiras”. É verdade, porém, que o político era um crítico do programa. Em 2011, disse que “Bolsa Família nada mais é do que um projeto para tirar dinheiro de quem produz e dá-lo a quem se acomoda”.

Da mesma forma, o candidato não propõe entregar bancos públicos e Petrobras “para americanos”.

Jair Bolsonaro é a favor de privatizações, mas já descartou, em entrevistas, vender o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Quanto à Petrobras, ele já se declarou disposto a privatizá-la “se não tiver uma solução”, mas alterou o posicionamento e falou em privatizar apenas um “miolo” da petrolífera.

Duas das propostas listadas pelo tweet em questão são baseadas em declarações verdadeiras e não ambíguas: o interesse na ampliação do acesso a armas e a aprovação do teto de gastos. Bolsonaro planeja “reformular” o Estatuto do Desarmamento. Já chegou a declarar que “o cidadão armado é a primeira linha de defesa”. A proposta consta no seu plano de governo.

Deputado federal, ele votou a favor, no primeiro e no segundo turno, da proposta que limitou à inflação o crescimento de gastos públicos. A Emenda nº 95/2016, porém, permite que gastos com educação e saúde subam acima da inflação, desde que haja compensação com redução em outras áreas.

Há versões da peça enganosa no Facebook, mas a publicação de maior repercussão está no Twitter. Postado às 8h15 de quinta-feira, dia 4 de outubro, o tuíte viralizou nas 24 horas seguintes e alcançou 1.603 respostas, 6.652 retuítes e 16.144 curtidas.

Investigado por: 2018-10-04

General Mourão não propôs o confisco da poupança

É falsa a informação de que o general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PSL), propõe o confisco da poupança caso a chapa vença a eleição deste ano.

O boato se espalhou depois de o “Blog da Cidadania” publicar no último dia 28 de setembro um texto que reproduz, com o título errado, uma reportagem do dia anterior feita pela “Folha de S. Paulo” sobre uma palestra de Mourão na Câmara dos Dirigentes Lojistas de Uruguaiana (RS).

A reportagem da Folha tem o título “Mourão propõe renegociar os juros da dívida do governo” e não faz nenhuma menção à poupança. No entanto, o “Blog da Cidadania” publicou a reportagem mudando o título para “Mourão também propõe o confisco da poupança” sem que o próprio texto do blog apresentasse a suposta proposta do general.

O projeto Comprova fez buscas no Google e no YouTube com as palavras “Mourão”, “poupança” e “confisco” e não encontrou nada que confirmasse a suposta declaração do candidato a vice-presidente.

No plano de governo de Bolsonaro, a palavra “poupança” é citada somente uma vez e com o sentido oposto ao do boato. O trecho diz o seguinte: “Seu celular, seu relógio, sua poupança, sua casa, sua moto, seu carro, sua terra são os frutos de seu trabalho e de suas escolhas! São sagrados e não podem ser roubados, invadidos ou expropriados!”.

A assessoria de imprensa de Mourão afirmou, por telefone, ao Comprova que o general nunca deu qualquer declaração sobre confisco de poupança.

Posts no Twitter fazendo menção ao boato tiveram mais de mil retuítes. O material chegou a ser tuitado nesta quarta-feira, 3 de outubro, pelo deputado federal Henrique Fontana (PT-RS). No Facebook, a postagem do “Blog da Cidadania” com o falso título teve 1.500 compartilhamentos.

O Comprova também já verificou e desmentiu um boato que atribuía ao PT e ao candidato Ciro Gomes (PDT) a intenção de confiscar a poupança.

Investigado por: 2018-10-04

Livro infantil que trata de incesto não foi distribuído pelo MEC na gestão Haddad

É enganosa postagem de vídeo que circula nas redes sociais que diz que o candidato Fernando Haddad (PT) disponibilizou um livro que trata do tema incesto para crianças durante a gestão dele no Ministério da Educação (MEC). O exemplar “Enquanto o sono não vem” foi selecionado pelo órgão em 2014, período em que Henrique Paim comandava o ministério. Nesta época, Haddad era prefeito de São Paulo.

A obra reúne textos de diferentes gêneros de tradição oral popular. O romance –neste caso, refere-se a um gênero literário específico, ou seja, uma composição poética popular com origem na tradição oral– “A triste história de Eredegalda” conta a história de um rei que sugere a ideia de se casar com uma de suas filhas, que acaba morrendo no fim da história.

Na época da polêmica, o livro foi avaliado por uma equipe composta por doutores e mestres especialistas do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Em nota, o Ceale afirmou que “o fato de uma obra tematizar incesto, como é o caso de ‘A triste história de Eredegalda’, não quer dizer que faça apologia do incesto”. Segundo o órgão, o conto tematiza e condena o estupro “ao expor o drama e o sacrifício daquela que poderia ter sido sua vítima”.

O texto enganoso está sendo replicado junto a uma reportagem do ESTV, da TV Gazeta, afiliada da Globo no Espírito Santo. A notícia, de junho de 2017, relata que o livro foi retirado de escolas por prefeituras do Espírito Santo após diversos professores e pais não concordarem com a história.

Após a polêmica, o então ministro da Educação Mendonça Filho decidiu recolher os 93 mil exemplares do livro distribuídos pelo Programa de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) para alunos de primeiro, segundo e terceiro anos do ensino fundamental das escolas públicas.

Em nota divulgada na época, o MEC disse que o exemplar foi selecionado em novembro de 2014, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Nesse período, o ministro à frente do órgão era Henrique Paim e não Fernando Haddad como diz a descrição do post enganoso. Haddad foi ministro da Educação de 29 de junho de 2005 a 24 de janeiro 2012.

Esta verificação foi sugerida por leitores do Comprova por meio do WhatsApp. Versões desta postagem também circulam no Facebook. Uma delas, por exemplo, publicada por Roberto Dias, obteve 3,5 mil visualizações até a manhã desta quinta-feira, 4 de outubro de 2018.

Investigado por: 2018-10-03

George Soros não financiou movimento #elenão contra Bolsonaro

Não é verdade que o megainvestidor George Soros tenha financiado o movimento #elenão, de oposição ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro. Textos que circulam em redes sociais e no WhatsApp afirmam que a iniciativa Mídia Ninja, uma das impulsionadoras da hashtag, é financiada pela organização de filantropia do bilionário, a Open Society Foundations (OSF). A informação é falsa.

A OSF divulga em seu site oficial a lista de projetos e instituições financiados pela organização. Nem “Mídia Ninja” nem “Pablo Capilé” (um dos fundadores do site) aparecem listados. A fundação esclareceu ao Comprova, por e-mail, que apesar de terem doado recursos à iniciativa de jornalismo independente no passado, a OSF não a custeia atualmente.

Além disso, é exagerado afirmar que Soros financia o movimento contrário a Bolsonaro por meio da Mídia Ninja. Em um mapeamento da rede de republicações da hashtag no Twitter feito pelo professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Fábio Malini, é possível perceber que a conta @midianinja não foi a única a propagar o #elenão. Mais de 270 mil usuários formaram o “arco interativo do movimento” levantado pelo acadêmico.

Perfis de sites como The Intercept Brasil, Brasil de Fato e Congresso em Foco figuram entre os mais retweetados. Entre as outras contas destacadas no mapa estão celebridades, como Daniela Mercury, Iza e Raul Chequer, além de usuários comuns da rede, como @theserlection, @lannesdelrey, @gabriel_swift13 e @caipiivodka.

A ferramenta Crowdtangle registrou 4,1 mil compartilhamentos de dois links com o texto enganoso no Twitter e Facebooks. Os principais impulsionadores do conteúdo falso foram as páginas no Facebook “Libertar” e “Renova”.