Filtro:

Investigado por: 2018-10-03

Vídeo em que Haddad diz que eleição acabou é de 2016

A postagem de vídeo que diz que Fernando Haddad (PT) “jogou a toalha” para a campanha à presidência da República é enganosa. A gravação que aparece no post viral é verdadeira, mas foi registrada em 2016, após a derrota do petista à prefeitura de São Paulo. Na época, Haddad concorria à reeleição, mas perdeu no primeiro turno para João Dória (PSDB).

Para verificar a informação, o Comprova fez uma busca no Google com as palavras-chave “Haddad” “doação” “dívidas de campanha”, termos que aparecem durante a fala dele na gravação.

Assim, foi possível encontrar uma reportagem do portal G1, que relatava o caso. O vídeo original foi publicado na página oficial de Haddad no Facebook, em 18 de outubro de 2016, cerca de 16 dias após o primeiro turno daquele pleito, realizado em 2 de outubro de 2016.

Na gravação de 2016, Haddad pedia contribuições de qualquer valor para cobrir os gastos da campanha à reeleição. “A eleição acabou, mas a campanha ainda não (…) Nós temos ainda alguns profissionais que precisam receber pelo trabalho que fizeram”, disse o petista pouco antes de indicar um link em que o internauta pudesse fazer uma doação. “Isso vai nos ajudar muito a quitar esses compromissos com esses profissionais e seguir a vida, porque a vida política não para”, afirmou.

O vídeo com a descrição enganosa viralizou na rede. Apenas 1 deles, publicado no Facebook por Adelço Jorge na terça-feira, 2 de outubro, teve mais de 121 mil visualizações de 5,3 mil compartilhamentos até a tarde desta quarta-feira, 3 de outubro. Outras versões também circulam no WhatsApp.

A própria campanha de Haddad fez um desmentido do conteúdo.

Datena não gravou vídeo em apoio a Bolsonaro

É falso o vídeo que indica apoio do apresentador José Luiz Datena ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). A gravação original é do dia 3 de julho de 2018 e se refere, na verdade, ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB). Datena, à época, havia acabado de lançar seu nome ao Senado pelo Estado de São Paulo e gravou o depoimento para contribuir na campanha do tucano. Menos de duas semanas depois, porém, ele desistiu da disputa. Atualmente, o apresentador afirma que não tem candidato à presidência da República.

O Comprova localizou o vídeo original, que tem 1min12s. Para chegar à gravação, nós procuramos os vídeos compartilhados nas redes sociais de Alckmin no dia 3 de julho, data em que matéria da Folha de S. Paulo divulgou a declaração do apresentador. Houve ampla cobertura jornalística sobre o apoio de Datena a Alckmin, materializado na gravação do vídeo com expressa manifestação de apoio e confiança no candidato do PSDB (como aqui e aqui).

O vídeo disseminado como sendo de apoio ao candidato do PSL tem cerca de um minuto de duração. O conteúdo foi editado para três inserções de gravações de Bolsonaro em atividades de campanha, imagens que também não estão no vídeo original. Além disso, o símbolo do PSL foi adicionado no canto superior esquerdo do vídeo.

“Depoimento do apresentador Datena da Band em favor do Bolsonaro, vamos repassar, excelente (sic)”, diz o texto de uma publicação com o vídeo no Facebook. O momento em que ele cita o nome de Alckmin, no início da gravação, é suprimido.

O próprio Datena se manifestou, por meio de suas redes sociais, sobre o assunto. “Eu queria deixar bem claro que eu não tenho candidato pra presidente da República e qualquer vídeo que estiver rodando de apoio a quaisquer dos candidatos não é verdadeiro, é fake news. Essa é minha posição oficial, ok”, disse o jornalista em vídeo compartilhado no Instagram.

O Estadão constatou que o vídeo manipulado passou a ser disseminado após o apresentador da Band entrevistar Jair Bolsonaro, no último dia 28 de setembro. Apenas um dos vídeos com a informação falsa, no Facebook, foi visto, até a tarde desta quarta-feira (03), mais de 350 mil vezes e compartilhado outras 34 mil.

O Estadão e o Uol já fizeram o debunk desse vídeo.

Investigado por: 2018-10-03

Áudio pró-Bolsonaro é de apóstolo da igreja Bola de Neve, e não do padre Fábio de Melo

Dias após ser falsamente atribuída ao padre Marcelo Rossi, uma gravação, apenas de áudio, feita durante uma aula do apóstolo Rina Seixas no Instituto Global, voltou a circular, nesta terça-feira, 3 de outubro, desta vez sendo creditada como sendo do padre Fábio de Melo.

Como verificado pelo Comprova, a fala pertence, na verdade, ao apóstolo Rina Seixas, da igreja Bola de Neve, que defende abertamente a candidatura do presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro.

O Comprova recebeu, por WhatsApp, pedido de verificações do áudio atribuído ao padre. “Ouçam o que Padre Fábio de Melo falou sobre a atual situação do país, e sobre Bolsonaro! Não deixem de repassar para os seus contatos! Ele deu uma aula!”, diz texto que circula no WhatsApp e que acompanha o áudio.

Em contato com Rina, a secretária do religioso disse que ele confirmou publicamente se tratar de sua voz no recurso Stories do Instagram – ferramenta em que as publicações desaparecem após 24 horas.

No trecho do áudio que circula no WhatsApp e em canais do YouTube sem identificação da voz, Rina diz que Bolsonaro é “pró-família, pró-Deus e pró-valores”. “E quando vejo quem são os inimigos do Bolsonaro, eu falo ‘eu to escolhendo o cara certo para votar'”, diz Rina no trecho final do áudio.

Em sua conta oficial no Twitter, Fábio de Melo disse que o áudio não é seu ao responder um seguidor sobre a autoria de um texto, também falsamente creditado com o seu nome.

“Não, não escrevi este texto. Tudo o que escrevo posto aqui ou no meu Instagram. Há muitas páginas usando meu nome.Também não é meu o áudio que estão compartilhando em grupos de WhatsApp e que também já atribuíram também ao padre Marcelo Rossi”, escreveu Fábio de Melo.

O texto, de autoria desconhecida, não faz menção a nenhum candidato e defende valores religiosos.

No dia 14 de setembro, o Comprova publicou que Marcelo Rossi, em suas redes sociais, pediu ajuda aos seus seguidores para encontrar o responsável por criar o boato.

“Um áudio que está viralizando no WhatsApp, e eu nem tenho WhatsApp, com a minha voz falando sobre política, falando absurdos. Além de ser uma notícia mentirosa, eu jamais me meto em política, vocês me conhecem”, disse o sacerdote.

A verificação da peça de desinformação também foi feita pelo site Boatos.org.

Investigado por: 2018-10-03

Inscrição sobre Jesus na camiseta de Manuela D’Ávila é falsa

Não é verdade que Manuela D´Ávila (PCdoB), candidata a vice-presidente da República na chapa de Fernando Haddad (PT), utilizou uma camisa com a frase “Jesus é Travesti” e com um ícone de arco-íris, como sugere uma imagem compartilhada nas redes sociais.

A própria candidata desmentiu a foto, afirmando em suas contas no Twitter e Instagram de que a imagem é uma montagem sobre uma camisa com a frase “rebele-se”. “PRESTEM ATENÇÃO! Mentiras não passarão! Nos ajude a compartilhar a verdade!”, explica Manuela nas redes sociais.

A foto foi clicada pela fotógrafa Isis Medeiros no dia 17 de julho de 2018, durante a sabatina dos pré-candidatos à presidência da República organizada pelo programa Voz Ativa, da Rede Minas de Televisão, em Minas Gerais.

A autora da foto mostrou-se indignada com a montagem em uma publicação nas redes sociais. “Deparei hoje cedo com uma foto minha que foi manipulada e está sendo compartilhada por aí numa tentativa baixa de enfraquecer a disputa eleitoral com mais mentiras, mais ódio e mais jogo sujo. Uma típica estratégia podre, baixa e como sempre sem argumentos”, disse.

A imagem original foi encontrada por meio de comparação de fotos no Google Imagens.

A imagem compartilhada chegou ao Comprova por envio dos nossos leitores e o monitor de conteúdo viral de WhatsApp da UFMG detectou o volume deste meme nos grupos do aplicativo de mensagens.

A Agência Lupa e o Fato ou Fake também verificaram o conteúdo e constataram a desinformação disseminada.

Investigado por: 2018-10-03

É falso o comunicado atribuído ao PT que pede aos eleitores para irem votar somente na segunda-feira

É falsa a mensagem que circula em aplicativos como o WhatsApp e que pede aos eleitores do Partido dos Trabalhadores (PT) para irem votar apenas na segunda-feira, dia 8 de outubro.

A imagem que simula um comunicado aos eleitores tem a foto do ex-presidente Lula, do candidato à presidência da República, Fernando Haddad, e da candidata à vice-presidência, Manuela D´Ávila (PC do B), com um texto.

“Em virtude dos protestos e manifestações que poderão ocorrer no dia 07 de Outubro contra o nosso Partido (PT), nossos eleitores estão sendo convocados a irem votar no dia 08 de Outubro. Prezamos pela segurança de todos, com isso os mesmos serão contemplados com Café ou suco, pão com mortadela e frutas vermelhas em suas Zonas Eleitorais, para os que trabalham, esses receberão no término da votação o atestado que dará o direito de folgar durante a semana inteira do dia 08 ao dia 11 de Outubro, emendando com o feriadão e retornando as atividades (seja ela qual for) apenas no dia 15. Que beleza, não? Não esqueçam. ELEITORES E COMPANHEIROS NOSSO DIA DE VOTAR SERÁ 08 DE OUTUBRO segunda-feira. COMPARTILHEM e ajude a democracia vencer em nosso Pais [sic]”, explica o falso comunicado.

O Comprova verificou no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o Calendário Eleitoral para as eleições de 2018. O documento, disponível a todos, destaca de forma objetiva, baseado na Lei nº9.504/1997 que o dia 7 de outubro é a data para votação do primeiro turno das eleições, explicitado também na resolução nº 23.554. E de acordo com o artigo 144 do Código Eleitoral (Lei 4737/65) o período votação é das 8 às 17 horas.

O próprio site da campanha “Brasil feliz de novo”, do PT e do PC do B, desmente o “comunicado”. A postagem chama a peça de “covarde, além de mentirosa”, e ainda afirma que “essas não são promessas do Partido dos Trabalhadores e não correspondem à legislação eleitoral. A eleição é um processo democrático regulado por lei e o voto, secreto, não é um fator que determina as zonas eleitorais”.

O Comprova recebeu a peça por denúncias dos internautas através do seu Whatsapp. A imagem do comunicado falso foi a segunda mais encontrada pelo rastreador de conteúdo viral no Whatsapp do projeto Eleições sem Fake da UFMG na terça-feira, 2 de outubro.

A agência de checagem Lupa e o Fato ou Fake, do G1, também confirmaram a falsidade do material.

Voto não é invalidado se eleitor votar em um só cargo e optar por nulo ou branco nos demais

É falsa a informação de que votar apenas para presidente da República e escolher a opção branco para os demais cargos em disputa nesta eleição faz com que o voto do eleitor seja classificado como “parcial” e, por essa razão, seja anulado. Na verdade, os eleitores, se assim desejarem, podem votar em apenas um candidato, sem qualquer prejuízo para eles ou para os candidatos que receberão os votos.

O boato, disseminado principalmente no WhatsApp, afirma que o voto só é computado como válido quando ele é “completo”. Ou seja, quando o eleitor escolhe, além de presidente, deputado federal, deputado estadual, governador e dois senadores. A orientação, segundo a informação falsa, teria surgido após o autor do boato passar por um suposto “treinamento” da Justiça Eleitoral para a votação do dia 7 de outubro.

Como verificado pelo Comprova, órgãos da Justiça Eleitoral, caso do Tribunal Regional do Espírito Santo (TRE-ES), do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), além do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), veicularam, em suas páginas e redes sociais, esclarecimentos sobre o boato.

“Se o eleitor confirmar pelo menos um voto, deixando de concluir a votação para os demais cargos, este voto será aceito e serão considerados nulos os votos não confirmados”, diz trecho do texto divulgado no Facebook do TSE.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também esclareceu que o voto em branco acontece quando o eleitor aperta a tecla “branco” na urna e, em seguida, pressiona o botão confirma. O voto nulo ocorre quando é digitado um número que não é o de nenhum candidato ou partido. Tanto o voto branco quanto o voto nulo não são somados como votos válidos. Isso não quer dizer, porém, que eles não sejam contabilizados ou que resultem na anulação de algum outro voto válido.

“A Justiça Eleitoral lembra que votos brancos e nulos são descartados, não sendo contabilizados na hora da apuração do voto. E se deixar de votar em outros candidatos, seu voto, por completo, não será anulado”, diz outro trecho.

A resolução 23.554/2017, do TSE, traz no parágrafo segundo do artigo 117 outra situação de anulação de votos, que é quando o eleitor confirma pelo menos um voto e abre mão de concluir o processo. Nesse caso, o presidente da mesa receptora de votos alerta o eleitor e pede para que ele retorne à cabine. Caso se recuse, os votos não depositados serão considerados nulos. Em seguida, o presidente da mesa, com um código próprio, libera a urna eletrônica para o prosseguimento das votações.

Essa situação, contudo, também não guarda relação com a afirmação falsa do boato. Isso porque o voto para presidente é o último. E, para chegar à etapa derradeira da votação, o eleitor terá que ter tomado uma decisão com relação aos demais cargos, seja para dar um voto válido, branco ou nulo.

Sem autoria, data ou fontes, o boato circula, por mensagem de texto, no WhatsApp e em outras redes sociais. A corrente foi enviada por mais de 200 eleitores para verificação do Comprova, via WhatsApp do projeto.

Investigado por: 2018-10-02

Mulher que acusa Ibope e Datafolha nunca foi funcionária e usa dados falsos sobre pesquisas

São falsas as afirmações da mulher que se apresenta como Conceição Duarte, engenheira e pastora, em vídeo que circula por redes sociais. Segundo ela, que diz trabalhar para os institutos de pesquisa Datafolha e Ibope, os resultados são fraudados. A mulher afirma que mesma pesquisa era feita por telefone “há um mês e meio”, nas suas palavras, e que o resultado apontava o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, com “cerca de 70% dos votos”.

Todas as acusações feitas pela mulher são falsas. Em nenhuma das pesquisas divulgadas por Ibope e Datafolha neste ano o candidato do PSL chegou a 70% das intenções de voto. Os levantamentos realizados pelos dois institutos são feitos presencialmente — no Ibope, o pesquisador visita a casa do entrevistado; no Datafolha, a pesquisa é feita em pontos de fluxo.

A mulher do vídeo também afirma que as questões dos institutos de pesquisa são feitas de forma enviesada. Segundo ela, na pesquisa estimulada, quando são apresentados os nomes dos candidatos ao entrevistado, o nome de Jair Bolsonaro aparece por último — o que não é verdade. Tanto Ibope como Datafolha oferecem opções de resposta em um disco, em que o nome de cada presidenciável aparece em uma “fatia”. Dessa forma, diminui uma possível influência que o ordenamento dos candidatos poderia exercer sobre a resposta.

A pergunta sobre rejeição também é feita de forma diferente do que descreve Conceição. Conforme o questionário registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dos últimos levantamentos Ibope e Datafolha, o pesquisador pergunta “em qual desses nomes você não votaria de jeito nenhum”. Em seguida, o funcionário do instituto mostra mais uma vez o disco com os nomes dos presidenciáveis.

O Ibope ainda apresenta aos entrevistados uma pergunta exclusiva sobre o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao candidato à Presidência do PT, Fernando Haddad. Porém, mais uma vez, a questão não é feita da forma descrita no vídeo viral. Segundo documento registrado no TSE, o pesquisador fala “O candidato do PT, Lula, foi impedido de disputar a eleição para presidente da República. Considerando que Lula declarou seu apoio a Fernando Haddad, o(a) sr(a) com certeza votaria em Fernando Haddad, poderia votar nele ou não votaria em Fernando Haddad de jeito nenhum?”

Ibope e Datafolha negaram que Conceição Duarte trabalhe ou tenha trabalhado em qualquer um dos institutos de pesquisa. O Datafolha comunicou ainda que a empresa não utiliza nenhum funcionário terceirizado, como Conceição alega ser. Todos os pesquisadores que vão a campo são treinados pelo próprio instituto de pesquisa, segundo o Datafolha. O Comprova não conseguiu localizar a mulher do vídeo nem confirmar sua identidade.

Até a tarde do dia 2 de outubro, uma das versões do vídeo no YouTube tinha 726 mil visualizações. Segundo a ferramenta Crowdtangle, do Facebook, a gravação teve 18,3 mil compartilhamentos na rede social.

Investigado por: 2018-10-02

Vídeo foi editado para deturpar fala de Lula sobre ‘ideologia do PT’

É falso um vídeo supostamente escondido pelo PT no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelaria a “verdadeira ideologia”’ do partido. As imagens, que circulam nas redes sociais desde 2017 e viralizaram novamente a menos de uma semana das eleições de 2018, foram editadas e manipuladas. O contexto foi deturpado e a mensagem é totalmente diferente do discurso original de Lula.

“Este vídeo foi guardado a sete chaves pelo PT e entregue pelo Palocci”, diz um dos posts que replicou as imagens manipuladas. Outra postagem do mesmo vídeo tem como título: “Você conhece a verdadeira ideologia do PT?”.

O vídeo, que nunca foi escondido pelo PT, é a transmissão de um evento em São Paulo no dia 22 de setembro de 2017 como parte da campanha de filiação realizada pelo partido no segundo semestre daquele ano em diversos pontos do país. Em específico, esta ocasião contou com a presença de Lula, que fez uma fala para atrair novos membros para a legenda.

As imagens em seu contexto original foram encontradas depois de fazer uma busca reversa no Google Imagens a partir de capturas de tela do vídeo editado, utilizando a ferramenta Citizen Evidence.

Comparamos as imagens da fala de Lula na íntegra com as frases do vídeo cortado, editado e distribuído na internet. A edição é nítida, com cortes abruptos de áudio e imagem. Abaixo está um exemplo de como a montagem deturpou o discurso do petista:

Um trecho da versão original: “Eu penso que as pessoas devem se filiar ao PT primeiro porque o PT precisa convencer as pessoas de que não existe saída, para o Brasil e para qualquer país do mundo, fora da política. Ou seja, o PT tem que ser o partido que enfrenta essa discussão contra a negação da política. Fora da política nós teremos fascismo, nazismo, qualquer outra coisa, menos democracia.”

O mesmo trecho, mas da versão deturpada: “Eu penso que as pessoas devem se filiar ao PT primeiro porque o PT precisa convencer as pessoas a negação da política. Fascismo, nazismo, qualquer outra coisa, menos democracia.”

Ao analisar os frames do vídeo editado com a ferramenta online Watch Frame by Frame, observamos que no intervalo de 1 centésimo de segundo Lula ocupa dois lugares significativamente diferentes da sala. Esta mudança brusca de posição do político no vídeo denota manipulação das imagens. Fragmentos separados da gravação foram unidos arbitrariamente para formar um discurso que nunca existiu.

Uma das versões do vídeo deturpado teve mais de 1,8 milhão de visualizações e 106 mil compartilhamentos no Facebook, postado em um perfil pessoal.

Investigado por: 2018-10-02

Apresentador Ratinho não vai entrevistar Bolsonaro no horário do último debate presidencial

Não é verdade que o apresentador do SBT, Ratinho, vá entrevistar o candidato Jair Bolsonaro (PSL), no dia 4 de outubro, quinta-feira.

Circula nas redes sociais, principalmente no WhatsApp, uma montagem com a imagem do apresentador e o presidenciável pedindo para que o público assista à entrevista no Programa do Ratinho e não ao último debate presidencial do 1º turno, que será transmitido pela TV Globo.

“Gente, o Ratinho vai entrevistar Bolsonaro na quarta dia 04/10. Vamos explodir a audiência. Divulguem no zap todo dia e nas redes sociais. Vamos acabar com a audiência da Globo do debate [sic]”, destaca o texto na imagem.

A montagem está com erro de informação, apontando o dia 4 de outubro como uma quarta-feira, sendo que o dia da semana correto é quinta-feira.

O SBT se manifestou em seu portal afirmando que não procede a suposta entrevista programada para o dia 4 de outubro. “A assessoria de comunicação do SBT nega a informação. Ou seja, o candidato não participará do Programa do Ratinho e não será entrevistado pelo comunicador”, informou.

O apresentador também desmentiu a informação em um vídeo públicado em suas próprias redes sociais. “Meus amigos da rede social, estão dizendo aí, que é uma fakenews, mais uma, que eu estaria entrevistando algum candidato no meu programa de quarta-feira. Queria comunicar que isso não é verdade, isto é um fake news”, diz.

O Comprova recebeu várias solicitações para verificação desta informação pelo WhatsApp. No Twitter, a conta @FrauBraunn teve mais de 900 compartilhamentos (retweets) e cerca de 1,8 mil pessoas curtiram o conteúdo desinformativo. A postagem foi apagada após um usuário mencionar o vídeo em que Ratinho desmente o boato. No Facebook, a publicação no grupo “Eu Voto Bolsonaro” tem mais de 22 mil compartilhamentos.

Investigado por: 2018-10-02

Não há evidências de que seguranças de Haddad sejam militares cubanos

Ao contrário do que afirmam publicações nas redes sociais, não há evidências de que pessoas que atuaram em um cordão de isolamento do presidenciável Fernando Haddad (PT) em um ato de campanha no Rio Grande do Sul sejam militares cubanos. O evento mencionado em boatos aconteceu na última quinta-feira, 27 de setembro, no município de Caxias do Sul.

Publicações disseminadas nas redes sociais chegaram a tal conclusão por conta do estilo do boné usado por um dos homens e em virtude da cor verde-oliva das camisas das pessoas que estavam ao redor do grupo petista. De acordo com posts em páginas de apoiadores do candidato Jair Bolsonaro (PSL), a combinação indicaria interferência de força militar estrangeira na campanha eleitoral brasileira.

A Resolução 23.546, de 2017, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), veda expressamente que partidos políticos recebam, “direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, doação, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie”, de origem estrangeira.

Até descartar evidências de que sejam, de fato, cubanos, o Comprova atuou em quatro frentes principais. Primeiro, comparou as roupas dos supostos soldados do país de Raúl Castro e Miguel Díaz-Canel com as dos homens que aparecem nos vídeos. Não há correspondência. Os trajes das Forças Armadas de Cuba, conforme imagens oficiais de desfiles militares em Havana, têm detalhes e botões, não são camisas unicolores.

Em seguida, também buscamos referências sobre o boné que está na cabeça de um homem à frente de Haddad. O acessório tem uma estrela vermelha na frente e uma bandeira de Cuba na parte lateral. Algumas versões do boato apontam, a partir de um frame do G1, que o item seria mais uma prova da ligação dos seguranças com o regime cubano. Uma análise mais lenta do vídeo, contudo, mostra que apenas um homem usa o objeto. Os demais, também vestidos de verde, usam outros tipos de bonés ou nenhum. Além disso, o boné com a estrela e a bandeira cubana é um item facilmente localizado em lojas online. Um site chamado “Lojinha do PT-RJ” comercializa o objeto por R$ 30.

Ainda dentro deste trabalho de checagem, acionamos repórteres que acompanharam a caminhada de Fernando Haddad em Caxias do Sul. Eles relataram não terem ouvido nenhum membro da equipe do petista falando em outra língua, a não ser o português.

Por fim, buscamos explicações junto ao PT do Rio Grande do Sul e a Miguel Rossetto, ex-ministro da Previdência Social no governo Dilma Rousseff (PT) e candidato ao governo daquele Estado. Ele aparece ao lado de Haddad em uma das gravações e, portanto, também estava protegido pelos supostos cubanos.

O presidente do PT no Estado, o deputado federal Pepe Vargas, informou que os seguranças eram voluntários, brasileiros e militantes do PT gaúcho. Disse, ainda, que a escolha das roupas levou em conta a facilidade para identificar o grupo entre os demais apoiadores, já que os correligionários costumam vestir a cor vermelha. O deputado não soube mencionar por que a cor verde foi a escolhida.

Já a assessoria de Rossetto informou não contratar segurança privada. Reforçou que a colaboração com a segurança das atividades de campanha é feita por militantes do PT e de movimentos sociais. Também acrescentou que as camisas verdes foram providenciadas pelo partido, para identificação da equipe de apoio.

“Não foram providenciados bonés, sendo opção de cada pessoa usar ou não. Entre as agendas de Caxias do Sul, Canoas e Porto Alegre, contamos com a participação de um conjunto de militantes. Desconhecemos a presença de estrangeiros entre os militantes que se voluntariaram para contribuir com a segurança dos atos”, informou a assessoria, em nota.

Candidatos à presidência da República de partidos com pelo menos cinco representantes no Congresso têm direito, caso solicitem, a até 25 policiais federais.

Mensagens com o boato aparecem no Monitor de WhatsApp da UFMG, ferramenta desenvolvida por pesquisadores da universidade mineira para verificar os conteúdos mais disseminados em grupos abertos do aplicativo. No Twitter, uma das postagens recebeu, até a noite desta segunda-feira, 1º de outubro, mais de 1,1 mil retuítes e outras 1,7 mil curtidas. Com menos engajamento, o boato também circulou em páginas anti-petistas do Facebook.