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Investigado por: 2018-10-19

Assessora não abandonou Haddad após ouvir “conversa” com Gleisi

É falsa a corrente de texto que diz que “principal assessora” do candidato Fernando Haddad (PT) o “abandonou” após ouvi-lo dizer, em telefonema com a presidente petista, Gleisi Hoffmann, que quer “que o Brasil se dane”. A mensagem viral com informações falsas circula pelo aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp e em redes sociais como Facebook e Twitter.

Com palavras de baixo calão e erros de grafia e pontuação, diz o texto falso, que não tem autoria: “segundo ela ouviu Haddad falar claramente com a presidente do PT pelo celular; logo após retornar da missa no Santuário de Aparecida: disse Haddad ‘Gleysi! quero que o Brasil se dane e que esses lideres evangélicos se fodam, eu quero é livrar minha pele, estou nessa para conseguir o foro, e me livrar de Moro, tenho 32 processos e a Policia Federal logo, logo estará à minha porta (sic)’”.

Ao Comprova, a assessoria do candidato de Haddad negou as afirmações do boato. Segundo a equipe do petista, não houve nenhuma demissão ou pedido de afastamento, até o momento, de pessoas ligadas ao staff principal do ex-prefeito de São Paulo durante a campanha.

O Comprova também não encontrou nenhum registro na imprensa que sustentasse outras afirmações da corrente de texto.

Segundo a agenda de Haddad, o candidato esteve na cidade de Aparecida uma vez durante a campanha – quando participou do debate na TV Aparecida, no dia 20 de setembro. Na ocasião, entretanto, o candidato não participou de nenhuma missa no santuário local.

No dia dedicado a santa considerada padroeira do Brasil pelos católicos, 12 de outubro, Haddad assistiu a uma missa numa igreja católica no bairro Jardim ngela, em São Paulo.

No dia 17 de outubro, Haddad reuniu-se, também na capital paulista, com representantes de igrejas evangélicas para pedir apoio político no segundo turno.

Já o registro mais antigo encontrado pelo Comprova da foto que acompanha a corrente de texto data de 2013. Sem crédito, a imagem foi publicada no dia 30 de agosto de 2013 no site do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) para acompanhar texto sobre mulheres que vivem em situação de cárcere no país.

De acordo com o texto, Haddad estaria na disputa eleitoral para conseguir foro privilegiado e não ser condenado pelo juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba Sergio Moro, responsável pela operação Lava Jato na primeira instância. A informação, entretanto, é falsa já que Haddad não responde a nenhum processo pelo qual Moro seja responsável.

A corrente de texto enganosa foi enviada com pedido de verificação ao Comprova por 27 internautas. Também há registros de compartilhamento de internautas comuns no Facebook.

Investigado por: 2018-10-19

Mensagem em que Haddad elogia a Venezuela é falsa

É falsa a imagem disseminada nesta semana no WhatsApp com um suposto tuíte elogioso do candidato a presidente Fernando Haddad (PT) ao governo da Venezuela. A mensagem seria de 13 de outubro de 2014, mas a peça que circula no aplicativo é uma montagem.

Com erros de pontuação e acentuação, o suposto tuíte tem felicitações a Nicolás Maduro, presidente do país vizinho que atravessa grave crise: “A revolução que acontece na Venezuela, é sem dúvidas uma conquista que deverá ser exemplo para todos os Paises! Parabéns Maduro! Estamos juntos ! (sic)”. No alto da imagem, um texto, também com erros de pontuação, apresenta o falso tuíte: “Como é bom, esse twitter, é só ter um pouco de paciência e vasculhar, que vc acha cada coisa! (sic)”.

Os erros de português são somente indícios de que a publicação não é verdadeira, mas o projeto Comprova identificou outras claras evidências de falsificação do tuíte.

A busca avançada do Twitter não localiza a suposta mensagem, há um único tuíte na conta do presidenciável na data em questão, sobre a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Na época, o petista era prefeito de São Paulo.

A mesma ferramenta de busca mostra que não há nenhum tuíte do candidato a presidente, em qualquer data, que faça referências à Venezuela e a Maduro.

Haveria uma possibilidade ainda de que o post pudesse ter sido deletado, mas um detalhe denuncia a montagem. Ao comparar a imagem disseminada com a formatação do Twitter, é possível visualizar uma diferença fundamental: a montagem não tem o símbolo de arroba que sempre aparece antes da conta responsável por um tuíte. Está grafado “Haddad_Fernando” quando deveria ser “@Haddad_Fernando”.

Consultado pelo Comprova, o Twitter respondeu que não comenta sobre tuítes ou contas específicas.

Em buscas no Google, também não foi encontrada declaração semelhante de Haddad reproduzida em qualquer veículo de comunicação.

Diferentemente do PT, o candidato a presidente disse, na campanha eleitoral, que a Venezuela não vive em um regime democrático atualmente e que o Brasil precisa ajudar o país vizinho a encontrar o caminho pela democracia.

O Comprova recebeu dezenas de pedidos de checagem da montagem pelo WhatsApp do projeto (11-97795-0022).

A peça de desinformação já foi verificada pela agência Aos Fatos e pelo site Boatos.org.

Investigado por: 2018-10-19

Recebeu uma informação duvidosa? – Leia isto antes de compartilhar

Com o acirramento da disputa eleitoral este ano, multiplicaram-se os relatos de agressões com motivação política em todo o país. Um dos casos mais representativos foi o do assassinato do mestre de capoeira Moa do Katendê, 63, que foi esfaqueado em Salvador após declarar seu voto em Fernando Haddad (PT).

Apesar dos vários casos reais, é preciso ficar alerta para episódios sem comprovação que circulam no WhatsApp e nas redes sociais. Nessas situações, sua melhor ferramenta é o ceticismo: não compartilhe nada que você não tenha certeza ser verdade.

Abaixo, reunimos dicas para reconhecer mentiras online. Esses passos podem ser úteis não apenas para diferenciar os casos de agressões reais dos forjados, como também podem ser aplicados para desmascarar outros boatos. Nos baseamos em guias publicados por sites como BBC, First Draft, CGI, Aos Fatos e Décodeurs.

1. Leia o texto com cuidado

Há algumas características que podem ser indícios de boato. Veja se a mensagem ou o link se utiliza de linguagem sensacionalista, que apela para as emoções ou com muitos adjetivos. Pedidos de compartilhamento, o famoso “repasse sem dó”, também devem acender um alerta.

Textos escritos com letras maiúsculas, erros gramaticais excessivos ou pontos de exclamação merecem ser vistos com cuidado. Também é comum que, para confundir, conteúdos falsos sejam publicados sem as datas especificadas.

Em casos de agressão, fique atento para as fontes citadas — testemunhas oculares, departamentos de polícia e as secretarias de Segurança Pública costumam informar jornalistas em situações desse tipo. Se o texto for vago, sem indicação de fontes confiáveis, data e local, desconfie.

2. Pesquise

Use o Google ou outra ferramenta de busca para pesquisar palavras-chave relacionadas ao conteúdo que você quer verificar. Há muitas agências de checagem no país, como o Comprova, Aos Fatos, Agência Lupa e Fato ou Fake, que trabalham para desmentir mentiras o mais rápido possível.

Quando se trata de uma agressão, tente checar se uma organização de notícias estabelecida ou um jornal local confiável já reportou o caso. O site Vítimas da Intolerância compila casos reportados pela mídia. Tenha em mente que, muitas vezes, leva tempo para se produzir uma reportagem sólida — na dúvida, é melhor esperar até que a imprensa confirme o episódio de violência.

3. Desconfie das imagens

Só porque existe uma foto, não quer dizer que a agressão de fato ocorreu — muitos disseminadores de boatos se utilizam de imagens antigas ou associam fotos e vídeos verdadeiros a informações falsas. Nesse caso, tente utilizar a ferramenta de busca reversa de imagem do Google para verificar o contexto em que a foto foi publicada. No Google Imagens, por exemplo, basta carregar um arquivo de imagem ou pesquisar pelo link da foto.

4. Entre em contato com o Comprova ou outra agência de checagem

Muitos sites de fact checking têm canais no WhatsApp por onde você pode enviar denúncias de links, textos, imagens, vídeos e áudios suspeitos. O número do Comprova é (11) 97795-0022. Veja outros:

Estadão Verifica – (11) 99263-7900
Aos Fatos – (21) 99956-5882
Folha Informações – (11) 99490-1649
Boatos.org – (61) 99177-9164
Fato ou Fake – (21) 97305-9827

Site mente ao afirmar que Bolsonaro é investigado por “dinheiro sujo” na campanha

É falso o título “Procuradoria investiga dinheiro sujo na campanha de Bolsonaro”, de post publicado no site Plantão Brasil no último dia 11 de outubro. O texto é uma cópia de reportagem publicada no mesmo dia pelo Estadão, mas com o título alterado. A PR-DF (Procuradoria da República no Distrito Federal) investiga o economista Paulo Guedes, responsável pelo programa econômico da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) e cotado para ser ministro da Fazenda em caso de vitória. Até o momento, no entanto, o presidenciável não foi citado na apuração.

Embora o Plantão Brasil não cite a origem do texto, o projeto Comprova encontrou a reportagem original do Estadão. Além disso, fez contato com o procurador da República Anselmo Lopes, da PR-DF e coordenador da força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga o caso, e também analisou os documentos disponíveis da apuração.

Na reportagem original, o Estadão usou o seguinte título: “Procuradoria mira relação entre doações a políticos e aportes em FIPs de Guedes”. O texto do Plantão Brasil tem parágrafos idênticos aos do Estadão, mas, além de trocar o título, passando a veicular informação enganosa, o site suprimiu os trechos da reportagem do jornal que mostram as manifestações das defesas dos citados.

Em contato com o Comprova, o procurador confirmou que a campanha do presidenciável não está sob investigação. “Não há nenhuma investigação sobre Bolsonaro. Somente Paulo Guedes e outros são investigados”, declarou.

Nos documentos disponíveis da investigação, o nome do candidato não aparece.

A operação Greenfield investiga se Guedes praticou fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais, podendo ter cometido crimes de gestão fraudulenta ou temerária. Em seis anos, dois fundos de investimentos (FIPs) administrados por uma empresa de Guedes captaram R$ 1 bilhão dos fundos estatais.

Na investigação, o procurador Anselmo Lopes pede, entre outras providências, a verificação de “eventuais conexões entre os aportes dos fundos de pensão e as doações da empresa Contax Participações S/A (registradas em R$ 53 milhões para partidos políticos e candidatos, entre 2008 e 2014) da qual, segundo o portal Bloomberg, o sr. Paulo Roberto Nunes Guedes era diretor”. Ele também determina a pesquisa de “doações eleitorais realizadas pelas pessoas físicas e jurídicas em questão entre os anos de 2008 e 2018”.

De acordo com a reportagem do Estadão, a empresa Liq (Contax) disse que o economista não foi seu diretor, mas sim Paulo Roberto Reckziegel Guedes. Os advogados do economista ligado a Bolsonaro afirmaram ao Estadão que “o fundo FIP BR Educacional não trouxe qualquer prejuízo aos fundos de pensão”.

Embora se mostre como jornalístico, o Plantão Brasil oferece um link para que os leitores entrem em um grupo de WhatsApp para “receber imagens, vídeos e notícias para compartilhar pró-Haddad e contra Bolsonaro”.

Publicado no dia 11 de outubro, o link para o site ainda repercute no Facebook em páginas como Verdade sem manipulação, Eu Odeio a Globo, Pig Golpista e a do próprio Plantão Brasil. Até a noite desta quarta-feira, 17 de outubro, os posts com o link tinham cerca de 11 mil curtidas, comentários ou compartilhamentos, segundo a ferramenta Newswhip.

O Blog da Cidadania também publicou uma versão semelhante da informação enganosa. Usou o texto do Estadão e afirmou, no título, que “Procuradoria suspeita de dinheiro sujo na campanha de Bolsonaro”. Nas redes sociais, a publicação obteve cerca de 3,3 mil interações.

Investigado por: 2018-10-18

Não é verdade que Haddad defenda incesto em livro publicado em 1998

Não é verdade que o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, defendeu o incesto no seu livro “Em defesa do socialismo: Por ocasião dos 150 anos do Manifesto” (Editora Vozes, 67 páginas), escrito em 1998.

A informação falsa foi publicada no perfil oficial no Facebook do escritor Olavo de Carvalho. Posteriormente, a publicação foi apagada.

Segundo Olavo, Haddad teria escrito na obra que era preciso derrubar “o tabu do incesto” para a implantação do socialismo. “O homem quer que os meninos comam suas mães”, escreveu Olavo na publicação que foi apagada.

No sábado, 13 de outubro, em nova publicação no Facebook, Olavo escreveu: “Em sentido literal e material, não é exato o que escrevi às pressas num post que logo em seguida retirei de circulação, segundo o qual o Haddad ‘defende’ ou ‘prega’ a prática do incesto. Ele apenas subscreve integralmente o programa da ‘sociedade erótica’ pregado pela Escola de Frankfurt, o qual advoga claramente a erotização das relações entre as mães e seus filhos”.

A primeira publicação de Olavo com a informação falsa circulou por redes sociais em um meme. Ao lado da imagem (uma captura de tela do texto de Olavo) estava a foto do livro do candidato do PT com o escrito: “BOMBA! POW! LIVRO DE HADDAD DEFENDE SEXO ENTRE PAIS E FILHOS [sic]”.

A informação falsa foi republicada no Twitter de Carlos Bolsonaro, filho do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro.

“É isso que você quer ver governando o país?”, questionou Carlos na rede social ao publicar uma captura de tela da publicação de Olavo no Twitter. Depois, Carlos também apagou o tuíte.

A equipe do Comprova fez a leitura de um exemplar do livro de Haddad, consultado na biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.

O livro é uma obra política que contém uma análise crítica sobre o Manifesto Comunista escrito e publicado pelos pensadores Karl Marx e Friedrich Engels em 1848. Não há citações sobre incesto ou relações que rompam dogmas do relacionamento familiar tradicional na obra.

Durante ato de campanha em São Paulo no domingo, 14 de outubro, Haddad negou com veemência a informação falsa.

“Qual o limite da loucura do meu adversário? Acusar um oponente de defender o incesto. Onde nós vamos parar?”, questionou Haddad.

Em seu site de campanha, o PT afirma que o livro fala em “subverter o conservadorismo ao dar maior liberdade sexual aos jovens”, e nega que a obra tenha passagens com apologia ao incesto.

Em nota, a editora que publicou o livro (Vozes) informou que o conteúdo compartilhado nas redes sociais “não existe” na obra.

A publicação apagada por Olavo circulou em correntes de WhatsApp durante o sábado e domingo, nos dias 13 e 14 de outubro, como mostra o Monitor de WhatsApp, ferramenta desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Há outros memes que trazem um suposto trecho de uma página do livro de Haddad. O Comprova verificou que o conteúdo, entretanto, também não corresponde com a publicação escrita pelo petista. Estaria no livro, segundo algumas postagens, um suposto “Decálogo de Lênin”, lista de recomendações para a implantação do comunismo que teria sido escrito por Vladimir Lênin, líder da Revolução Russa. O tal decálogo também não consta na obra do candidato petista.

A informação falsa foi desmentida pelos sites E-Farsas, Boatos.org e Aos Fatos. Além disso, a própria campanha do candidato do PT fez a verificação e publicou em seu site. A Folha de S. Paulo, também verificou e desmentiu a informação.

Em outro post publicado há um ano, o site Boatos.org mostrava que o “Décalogo de Lenin” também é um boato.

Ursal não existe e, portanto, não armou esquema para manipular urnas

São falsas as alegações de uma publicação no Facebook sobre supostas estratégias da Ursal (União das Repúblicas Socialistas da América Latina) para fraudar as eleições brasileiras. Além disso, as ações descritas no suposto plano demonstram desconhecimento do processo eleitoral e não poderiam ser colocadas em prática pela forma como são operacionalizadas as eleições no Brasil.

O post original foi apagado, mas usuários filmaram o conteúdo. Esses vídeos viralizaram principalmente no Facebook. O narrador de uma das gravações declara que “a gente está correndo um risco tremendo”. O texto que descreve um dos posts é o seguinte: “COMPARTILHEM E FAÇAM CHEGAR A PF, MPF, E A TODOS QUE INTERESSEM!!!”.

Como o próprio Comprova já demonstrou, a Ursal não existe. Trata-se de um termo escrito por uma socióloga para uma ironia, em 2001, e que acabou alimentando teorias conspiratórias. O termo voltou à tona em agosto, quando o então candidato Cabo Daciolo (Patriota), no debate da Band, pediu para Ciro Gomes (PDT) falar sobre o “plano Ursal”.

Apesar de a entidade não existir e, portanto, não ser organizada para atuar politicamente, o Comprova também analisou as principais afirmações do post e concluiu que elas usam informações falsas ou mesmo sem qualquer possibilidade técnica de se viabilizarem.

O post afirma que uma das estratégias da pretensa Ursal é, em locais onde o candidato Jair Bolsonaro (PSL) tem mais votos, “deixar partes do código [das urnas] com erros propositais” para que os equipamentos sejam substituídos e, consequentemente, os votos anulados. Contudo, a Justiça eleitoral esclarece que os softwares são desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não há possibilidade de inserção de erros propositais.

Além disso, os sistemas recebem uma assinatura digital e são lacrados. Por outro lado, sempre que uma urna apresenta algum problema e precisa ser substituída há um procedimento para que os votos que ela já recebeu sejam aproveitados.

Outra informação falsa diz respeito à ideia de gerar algum defeito no sistema biométrico de identificação para que os votos do eleitor não sejam contabilizados. Quando, por alguma razão, não é possível fazer a leitura da impressão digital, o mesário confere os documentos e faz a liberação da urna para que o eleitor vote. Em seguida, o fato precisa ser relatado na ata da seção. Não cabe ao mesário definir se o voto será ou não contabilizado.

Também causa desinformação a frase do post sobre o interesse em “dar fim” aos Boletins de Urna com votos significativos para “o candidato da direita”. A verdade é que, ao final da votação, a urna imprime cinco desses boletins. Eles têm informações sobre as quantidades de votos e total de eleitores da seção. Outras vias ficam disponíveis para fiscais do partido. Apesar desse relatório “físico”, versões eletrônicas dos boletins são enviados aos Tribunais Regionais Eleitorais dos estados.

O post ainda lança um boato sobre interferência de empresa da Venezuela para “organizar e enviar” dados ao TSE, para a apuração. Esse caminho, segundo a informação falsa, seria usado para alterar os votos da urna. Não é verdade. Como o Comprova já verificou, códigos de urnas eletrônicas nunca foram entregues para empresa venezuelana. Os votos da eleição presidencial são apurados após os dados das urnas serem enviados aos TREs que, em seguida, os remete ao TSE. A apuração dos votos não passa por atores estrangeiros.

A página que fez a primeira publicação foi apagada. O Facebook não informou a razão. O Comprova analisou postagens de páginas que também levam o nome Ursal. Em regra, os posts apresentam críticas ao candidato Jair Bolsonaro ou trazem memes satíricos.

O vídeo, divulgado em um perfil pessoal no Facebook no dia 13 de outubro, foi compartilhado 32,1 mil vezes e teve 322 mil visualizações até 17 de outubro. O assunto também foi encaminhado para verificação pelo WhatsApp do Comprova. Também capturamos a mensagem em quatro grupos de política no WhatsApp.

Outros desmentidos sobre este vídeo foram feitos pelo Boatos.org e TRE-MG.

Investigado por: 2018-10-17

Pesquisa que mostra Haddad na liderança à presidência com 58% é falsa

É falsa a pesquisa de intenção de voto para presidência da República atribuída a Genial Investimentos cujo resultado seria a liderança de Fernando Haddad (PT) com 58% dos votos válidos. Segundo o levantamento enganoso divulgado no Facebook, Jair Bolsonaro (PSL) aparece com 42%, uma diferença de 16 pontos percentuais a favor do petista.

O post enganoso, publicado pelo blog “Política e Estratégia Global”, afirma que a pesquisa ouviu cinco mil eleitores de 1 e 13 de outubro. Também diz que margem de erro é de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos, e um nível de confiança de 94%. Todos os dados foram inventados.

O Comprova entrou em contato com a Genial Investimentos. A corretora não realiza pesquisas eleitorais, mas as encomenda. O último levantamento realizado a pedido da empresa foi feito pelo Instituto Brasilis. Esta sondagem, divulgada em 27 de setembro de 2018, antes do primeiro turno, mostrava que Bolsonaro liderava as intenções de voto com 27%. Haddad aparecia com 22%, seguido por Geraldo Alckmin (PSDB), com 10%, Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Marina Silva (Rede), com 5%.

Nas simulações do segundo turno do levantamento divulgado em 27 de setembro, Haddad tinha 44% das intenções de voto no cenário estimulado e Bolsonaro, 36%. Brancos e nulos eram 15%. Outros 4% não souberam responder.

Ainda segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não há nenhuma pesquisa da Brasilis prevista para divulgação neste segundo turno.

De acordo com as regras do TSE, em 2018, todas as pesquisas eleitorais devem ser registradas em seu sistema próprio. Pelo dispositivo, a empresa que realiza o levantamento se compromete a fornecer uma série de informações: a divulgação dos resultados, o período de coleta, a margem de erro, o nível de confiança, a quantidade de entrevistados, o nome da empresa de pesquisa, a identificação do contratante e o número de registro.

Segundo o TSE, a divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações sujeita os responsáveis a multa de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00. Já a divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de 6 meses a 1 ano e multa no mesmo valor.

De acordo com o CrowdTangle, ferramenta para análise de redes sociais, o post falso gerou mais de 100 mil interações no Facebook de 14 de outubro às 10h de 17 de outubro. Na página “Botando Pilha”, por exemplo, a postagem teve 2,2 mil reações, 635 comentários e 2,2 mil compartilhamentos no mesmo período.

É montagem notícia que diz que Bolsonaro vai mudar imagem da padroeira do Brasil

É falsa a publicação compartilhada no Whatsapp e no Facebook afirmando que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) vai mudar a imagem de Nossa Senhora Aparecida e tirar a santa do posto de padroeira do Brasil em troca do apoio do pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo, no segundo turno da eleição ao Palácio do Planalto.

Bolsonaro não apoiou projeto de lei que propunha a alteração do termo “padroeira do Brasil” atribuído a Nossa Senhora Aparecida. Além disso, a assessoria de imprensa da igreja e o filho do candidato, Eduardo Bolsonaro, desmentiram a informação. Também não existem elementos que confirmem suposto acordo entre o presidenciável e o pastor evangélico.

Para fazer a verificação, o Comprova pesquisou informações no site da Câmara dos Deputados e entrou em contato com as assessorias de imprensa de Jair Bolsonaro e Edir Macedo.

Há duas versões do boato sendo compartilhadas no Facebook e WhatsApp nos últimos dias. Uma delas usa uma montagem da página da Folha de S. Paulo. A falsa notícia, que teria sido publicada no dia 11 de outubro, afirma que “encontro de Bolsonaro com bispo Edir Macedo gera polêmica, ao sugerir a troca da imagem da padroeira do Brasil” e sugere que a alteração seria motivada pelo “tom de pele” escuro da santa. A Folha negou que a matéria tenha sido publicada no site e confirmou que era uma montagem.

A segunda versão diz que Bolsonaro e seu filho, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), assinaram o projeto de lei 2623, de 2007, que sugeria a alteração do termo “padroeira do Brasil” para “padroeira dos brasileiros católicos apostólicos romanos”. O PL, de autoria do deputado Victorio Galli, que à época era do MDB e hoje é do PSL, foi arquivado em 2008 na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. A matéria não poderá ser desarquivada no próximo ano porque o seu autor não foi reeleito. O Comprova não encontrou assinatura de Bolsonaro no projeto.

Ao Comprova, a assessoria do Bolsonaro afirmou que “não responde fake (news)”. Eduardo Bolsonaro, no entanto, publicou um vídeo no seu Facebook, que foi compartilhado na página do presidenciável, desmentindo a informação. “O projeto é de 2007 e foi apreciado em 2008, nessa época eu sequer era deputado, a minha eleição foi em 2014. Além disso, não existe assinatura do Jair Bolsonaro apoiando esse projeto em lugar nenhum. Esse projeto foi sepultado na comissão da educação por unanimidade. Não há o que falar, é uma invenção”, diz.

O texto do boato também afirma que o suposto apoio de Bolsonaro ao projeto foi uma “moeda de troca” para ele conseguir apoio de Edir Macedo, que também teria pedido a implantação do “ensino evangélico a todas as crianças, a partir da creche, em janeiro de 2020”. A informação não tem nenhuma fonte que a confirme, e o bispo a negou, através de nota divulgada no site da Igreja Universal . “Nem o bispo Edir Macedo, nem a Igreja Universal do Reino de Deus tem qualquer relação com esse projeto de lei”, diz o texto.

“Já sobre a fake news do ensino religioso nas escolas públicas, a Universal defendeu exatamente o contrário em audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF): a Igreja apoia o ensino religioso não confessional, que deve ser facultativo, com professores qualificados para tal. ‘O ensino deve ser sobre religião, e não da religião’, afirmou o representante da Universal durante a audiência”, conclui a nota.

A montagem do site da Folha chegou ao WhatsApp do Comprova. Já o segundo boato foi compartilhado no Facebook do empresário e escritor Alberto Carlos Almeida e teve 515 compartilhamentos.

O Boatos.org já havia desmentido o boato.

Investigado por: 2018-10-16

Não houve “vazamento de áudio” de Haddad e Manuela em trama contra Exército

É enganoso um vídeo que circula na internet como se fosse um vazamento de áudio em que o candidato à presidência Fernando Haddad (PT) e sua vice Manuela D’Ávila (PCdoB) apareceriam armando contra o Exército. Na verdade, o trecho presente na gravação é da sabatina UOL, Folha e SBT com o candidato, realizada no dia 17 de setembro de 2018. Manuela não estava presente durante a gravação. A voz feminina que se ouve é da repórter Débora Bargamasco, do SBT.

O trecho divulgado no Youtube sob o título de “Vaza áudio: Haddad e Manuela tramando contra Exército e Bolsonaro” começa com uma fala de Haddad em resposta a uma pergunta da repórter sobre um conteúdo presente no plano de governo do candidato. “Ainda sobre forças armadas, no seu programa de governo diz assim: a constituição será aplicada de maneira imediata e firme contra quem ameaça a democracia com atos e/ou declarações. O que significa isso? Por exemplo, o sujeito que for lá se manifestar e levantar uma bandeira escrito ‘intervenção militar já’, ‘volta da ditadura’, ele vai ser punido? Qual que é a ideia?”, perguntou a repórter.

Em seguida, Haddad questionou: “o cidadão?” Depois da afirmativa da jornalista, ele respondeu que não. Logo, ela completou a pergunta: “Então o que é que vocês estão dizendo aqui contra quem ameaça a democracia com atos ou declarações? O que é uma declaração? É falar? É fazer uma declaração (por escrito)?”. A partir de então, aos 49:24 do vídeo da sabatina, Haddad começa a resposta que viria a ser reproduzida no vídeo enganoso. “Quem tá debaixo de uma hierarquia. Tô falando dessas pessoas. Debaixo de uma hierarquia, vai ter que defender a democracia […]”.

A discussão segue até os 50:48 do vídeo, quando o repórter Fernando Canzian, da Folha de S. Paulo muda de assunto. O vídeo divulgado como “vazamento” também termina neste instante.

Bergamasco fez as perguntas depois que o repórter Diogo Pinheiro, do UOL, levantou o assunto sobre militares durante três perguntas. Aos 46:58 do vídeo, ele questionou qual o papel teria o Exército no combate a violência no possível governo do candidato. Haddad respondeu que gostaria de “um braço da polícia civil para atuar em relação a organizações criminosas”. Para ele, a formação do Exército tem outra finalidade, que seria “entrar numa guerra e proteger o território nacional”.

Em seguida, o repórter perguntou se o presidenciável pretende ter militares no ministério, que respondeu “não necessariamente”, mas que também não tem “tabu contra a presença”. A última pergunta do repórter foi “qual a sua opinião sobre comentários como os do comandante do exército de que o próximo presidente pode ter sua legitimidade questionada?”. Haddad respondeu que ele entende que “o comandante em chefe das Forças Armadas é o presidente da República” e que declarações como essas acontecem porque, de acordo com a sua visão, hoje não há uma “autoridade constituída, legitimada pelo voto”.

No Youtube, o conteúdo enganoso já foi visualizado mais de 1 milhão de vezes e tem 35 mil votos positivos, contra 10 mil negativos. O Comprova recebeu o vídeo também por WhatsApp. No Facebook, o vídeo foi visualizado mais de 800 mil vezes e teve 33 mil shares.

Investigado por: 2018-10-16

Vídeo de Haddad chegando em uma Ferrari é de 2016 e foi gravado em Interlagos

Não é verdade que o presidenciável Fernando Haddad (PT) tem uma Ferrari amarela e que usou o veículo para ir ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, nesta campanha eleitoral. O vídeo que acompanha o boato foi, na realidade, gravado em 2016, quando o então prefeito da capital paulista andou na carona do automóvel durante evento de inauguração de obras no Autódromo de Interlagos.

Nas peças de desinformação compartilhadas nas redes sociais, junto com o vídeo de 30 segundos é disseminada uma frase com informações falsas: “O candidato dos pobres, chegando ontem a tarde no aeroporto de Congonhas em SP, numa FERRARI que vale R$ 1.800.000,00 (sic)”.

Uma busca pelos termos “são paulo”, “haddad”, “ferrari” e “interlagos” no Google traz evidências sobre a real circunstância do vídeo com Haddad desembarcando do carro amarelo. A gravação foi feita em 29 de outubro de 2016, quando dois prédios para a infraestrutura do autódromo, gerido pelo município de São Paulo, foram inaugurados.

A inauguração foi reportada por veículos de imprensa (como aqui, aqui e aqui). A Prefeitura de São Paulo também registrou a inauguração em seu site. Fotos do evento estão no Flickr da administração municipal. Na ocasião, Haddad percorreu o circuito a bordo de dois carros da marca Ferrari. Um vermelho e outro amarelo. Este aparece, acelerando, nos instantes finais de reportagem institucional da prefeitura.

No domingo, 14 de outubro, o hoje presidenciável se manifestou sobre o boato. “Chegaram a dizer que eu sou dono de uma Ferrari porque eu fui fazer, fui inaugurar a pista de Interlagos e estava um membro da família Ermírio de Moraes que me convidou pra estrear a pista… E eu passei a ser dono da Ferrari dele? Isso está circulando na internet”, afirmou.

Na declaração de bens entregue pelo candidato à Justiça Eleitoral, não há nenhum automóvel registrado em nome dele.

Versões do boato estão circulando desde o dia 10 de outubro, no Facebook e no Twitter. Em algumas postagens, o conteúdo falso foi visto mais de 100 mil vezes. O material também é um dos mais compartilhados no WhatsApp, segundo a ferramenta Monitor de WhatsApp, desenvolvida por pesquisadores da UFMG.

O Fato ou Fake e o boatos.org já publicaram desmentidos sobre esta informação falsa.