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Investigado por: 2018-10-25

Vídeo que mostra ônibus de Salvador com adesivos do PT é verdadeiro

É verdadeiro o vídeo que mostra ônibus municipais de Salvador (BA) adesivados com a estrela vermelha e o número 13 do PT e que circula, sem autoria, por redes sociais como WhatsApp, Facebook e Twitter. O ato configura propaganda eleitoral ilegal, segundo a Lei das Eleições, pois são bens de concessão pública.

No Twitter, o vídeo mais antigo encontrado pelo Comprova foi publicado na quarta-feira, 24 de outubro, às 11h35 (horário de Brasília). Posteriormente, outras contas replicaram o material. Jornais e sites de imprensa também noticiaram o ocorrido após a primeira publicação do vídeo no Twitter.

Com uso da ferramenta Google Street View, o Comprova identificou que o vídeo foi feito em um ponto de ônibus na rua Lucaia, na junção com a avenida Juracy Magalhães Júnior, no bairro do Rio Vermelho. No vídeo, são visíveis o letreiro da escola de idiomas Fisk e uma grade azul na calçada, distinções que correspondem com as imagens do Google Street View da área. As linhas de ônibus que aparecem no vídeo de fato passam nesse local.

Procurada pelo Comprova, a Prefeitura de Salvador confirmou a veracidade do vídeo e disse que o sistema de ônibus municipal “foi alvo de um ato de vandalismo, com a colagem de propaganda eleitoral”. Ainda de acordo com a prefeitura, que é comandada por ACM Neto (DEM), “não houve nenhuma autorização por parte da concessionária para que esta ação acontecesse”.

Já o TRE-BA (Tribunal Regional Eleitoral da Bahia) disse ao Comprova que as polícias e autoridades competentes “já iniciaram a retirada do material indevido dos veículos” e que foi aberta “representação para apuração do caso”. Até a publicação deste texto, o caso não havia sido julgado.

Em nota, a Plataforma Transportes SPE S/A, a Ótima Transportes Salvador SPE S/A e a CSN Transportes Urbanos SPE S/A, concessionárias do Sistema de Transporte por Ônibus de Salvador, afirmaram que foram “alvo de ações criminosas em seus ônibus com a colagem de propaganda eleitoral”. O texto também diz que as empresas estão colaborando com as autoridades para identificar os envolvidos.

O Comprova entrou em contato, por telefone e por email, com o diretório do PT na Bahia, mas não obteve resposta. Ao site G1, o PT disse que não orientou ninguém a colar os adesivos nos ônibus.

Uma página pública no Facebook chamada República de Curitiba (que tem mais de 900 mil curtidas) divulgou a foto de um agente da Polícia Federal retirando o adesivo. Desde que foi compartilhada na página, às 23h12 do dia 24 de outubro, e até a publicação deste texto, a imagem somava mais de 25 mil compartilhamentos.

O Comprova recebeu, por WhatsApp, sugestão de checagem da veracidade do vídeo. A peça viral também foi encontrada no Monitor de WhatsApp, ferramenta desenvolvida pela UFMG.

Investigado por: 2018-10-25

Não há evidência de que funcionários usaram veículo oficial em campanha de Haddad

Não há evidências de que servidores públicos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, em Pernambuco, usaram veículos oficiais para fazer campanha para o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT). O vídeo sem comprovação foi compartilhado no Twitter.

Ao publicar um vídeo que mostra funcionários embarcando em uma caminhonete branca com identificação da universidade, um tuíte afirmou: “URGENTE: Em vídeo divulgado nas redes sociais, servidores públicos federais utilizam carros oficiais para desempenhar campanha política em prol de Fernando Haddad, candidato à Presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT); o veículo contém placas da UNIVASF.

Na gravação, um homem diz: “Sabe que não pode, né? Sabe que não pode manifestação política com carro oficial. Polícia Federal ficar sabendo, viu? Vou chamar mesmo”. Porém, nenhum material de campanha aparece na imagem. Uma das passageiras parece vestir uma camiseta com o slogan “Ele não”, que se popularizou em protesto ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), mas não é possível ter certeza pelo vídeo publicado. O Comprova não conseguiu localizar a versão original do vídeo, nem o homem da voz que aparece na gravação.

Procurada, a assessoria de imprensa da Univasf afirmou que as pessoas que aparecem no vídeo sequer eram servidores públicos. Tratam-se de funcionários terceirizados contratados pelo Programa de Conservação da Fauna e Flora do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional (Pisf), financiado pelo Ministério da Integração Nacional.

Em nota, a universidade ainda informou que os funcionários estavam realizando atividades de campo do referido programa na manhã da última terça-feira, 23 de outubro, no município de Cajazeiras, na Paraíba. Ao analisar o conteúdo, a assessoria não constatou qualquer ato que “configure desobediência à Lei Eleitoral”. Em uma busca reversa — uma procura para encontrar imagens relacionadas em toda a internet — pelas ferramentas InVID e RevEye, o Comprova não localizou nenhuma outra versão do vídeo.

O tuíte foi publicado pela conta Conexão Política às 10h55min desta quarta-feira, 24. Até as 11h desta quinta-feira, 25, o vídeo havia sido retuitado 7.484 vezes e recebido 13.228 curtidas.

Investigado por: 2018-10-24

É boato que urnas tenham sido apreendidas no Amazonas já preenchidas com votos para Haddad

São falsas as informações de uma corrente compartilhada pelo WhatsApp que afirma que quatro urnas eletrônicas foram apreendidas em um carro particular “preenchidas com voto para o Haddad com pelo menos 81%” (sic).

Segundo a mensagem viral falsa, o veículo estaria transportando ilegalmente as urnas a Autazes, município no interior do estado do Amazonas, quando teria sido parado em uma blitz da Polícia Militar.

Em nota divulgada na segunda-feira, 22 de outubro, o TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) informou que as imagens das urnas sendo apreendidas em um carro são verdadeiras, mas foram feitas e divulgadas por um policial “de forma equivocada”.

A Polícia Militar do Amazonas disse que na tarde do sábado, 20 de outubro, uma equipe de policiais da 8° CIPM de Iranduba, que realizava a operação “Sentinelas do Amazonas, ação Comunidade Segura”, abordou um veículo oficial do TRE, no qual havia urnas que estavam sendo encaminhadas para atender o pleito do município de Careiro da Várzea.

Na abordagem foi constatado que não havia irregularidade porém, um dos policiais fotografou as urnas sendo transportadas e divulgou em sua rede social de forma equivocada.

A corrente de texto falsa também conta que a informação foi divulgada na rádio Odisseia FM 104.9 – o que não é verdade.

Em nota publicada no Facebook, a rádio diz que “em momento algum divulgou ou postou informações referentes a essa que está circulando”. Em outro trecho, a nota faz um alerta: “Pedimos sempre para que todos chequem as fontes das informações, para evitar que notícias falsas, como esta, não se espalhem”.

O Comprova recebeu a sugestão de checagem do boato pelo WhatsApp do projeto.

A verificação da peça também foi feita pelos sites Fato ou Fake, do Grupo Globo, e Boatos.org.

Investigado por: 2018-10-24

Não há evidências de que ação de quadrilha na Bahia seja ligada a Haddad

Ao contrário do que afirmam textos em sites políticos, não há evidências de que suspeitos de integrar uma quadrilha que tentava sacar um cheque de R$ 68 milhões no município de Poções, na Bahia, atuava para beneficiar o presidenciável Fernando Haddad (PT). É falso que a Polícia Civil baiana tenha encontrado qualquer ligação entre o grupo e a campanha do petista. A investigação aponta para crimes de estelionato, sem relação com a campanha presidencial.

A desinformação circula em sites em formato de notícia: “Quadrilha detida sacando 68 milhões para Haddad”, diz o título de uma delas, publicada no site Terça Livre. O conteúdo circulou no YouTube, no Facebook e no Twitter.

Para fazer a ligação direta entre o cheque milionário e Haddad o site se baseia em um pronunciamento feito, em vídeo, pelo vereador Davi Salomão, da cidade de Vitória da Conquista. O parlamentar é do PRTB, partido do general Hamilton Mourão, vice do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

“Segundo informações, o dinheiro era pra ser investido na campanha de Haddad, 13, PT. Estão tentando abafar por lá, tentando dizer que era estelionato”, afirmou Salomão, no dia 19 de outubro, dois dias após os suspeitos serem presos. Na gravação, ele pede para que a Polícia Federal entre na investigação.

O Comprova perguntou ao vereador quais dados ele tinha para fazer o vínculo entre o crime e a campanha de Haddad. Como resposta, o parlamentar disse que “alguém com legitimidade para tal” disse a ele que, em depoimento, um dos presos falou que o dinheiro era para a campanha de Haddad.

O Comprova, então, pediu detalhes sobre o caso à Secretaria estadual de Segurança Pública da Bahia, órgão ao qual a Polícia Civil é subordinada. A pasta negou que a investigação tenha apontado para alguma espécie de crime eleitoral. A instituição trata o caso como “quadrilha de estelionatários”.

Por nota, destacou declaração do diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin), delegado Flávio Góis, que descarta “ligação da quadrilha com grupo político”, diferentemente do que está acontecendo nas redes sociais. “Lamentável. Esse tipo de uso equivocado da informação ainda atrapalha a investigação”, apontou o delegado.

Questionado se apurava alguma ligação entre os R$ 68 milhões e grupos políticos, o Ministério Público Estadual da Bahia informou que “não localizou nenhum expediente nesse sentido”. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) baiano também foi acionado pelo Comprova: “Informamos que até o momento não foi formalizada nenhuma denúncia sobre o assunto”. Explicou, ainda, que, caso receba alguma no futuro relacionada a algum presidenciável, ela deverá ser encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Veículos de imprensa da Bahia acompanharam a prisão dos suspeitos, realizada no último dia 17, e não mencionaram nenhuma campanha presidencial (como aqui e aqui). Onze pessoas foram presas quando tentavam sacar o cheque em uma agência do Banco do Brasil da cidade de Poções. A gerência desconfiou da movimentação e chamou a polícia.

O link do Terça Livre com as acusações do vereador contra Haddad foi impulsionado em perfis no Twitter, como o do cantor Roger Rocha Moreira, do Ultraje a Rigor. O tuíte dele, do dia 22 de outubro, teve mais de 1,4 mil retuítes e 3,1 mil curtidas. O cantor Netinho postou a imagem com a desinformação em seu perfil no Instagram. Foi curtida por mais de 2,4 mil usuários. Ambos são apoiadores de Bolsonaro. O site republicadecuritiba.net também chegou a publicar a informação, mas o material foi excluído.

Investigado por: 2018-10-24

Justiça ainda não avaliou se houve caixa 2 no caso dos jornais recolhidos no Rio

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) apreendeu no sábado, 20 de outubro, milhares de exemplares da edição especial do jornal Brasil de Fato e cópias do boletim Nascente por suspeita de propaganda eleitoral irregular pró-Fernando Haddad (PT) na sede do Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense), em Macaé (RJ). No entanto, a Justiça ainda não avaliou o mérito do caso. Ou seja, não é possível dizer que houve caixa 2. Os textos que circulam com isso são enganosos.

A publicação apreendida do Brasil de Fato contém reportagens sobre as propostas dos dois candidatos à presidência da República. O Brasil de Fato, que existe desde 2003, diz ser independente da campanha do petista, sem qualquer vínculo estrutural ou financeiro. O mesmo diz o boletim Nascente, jornal semanal do Sindipetro criado há mais de 10 anos. Eles alegam ter linha editorial conhecida e, por isso, defendem que houve apenas manifestação livre de opinião e expressão.

O recolhimento dos materiais foi feito após mandado judicial emitido pelo juiz eleitoral Sandro de Araújo Lontra, que qualificou o Brasil de Fato como portador de “matérias pejorativas” contra Bolsonaro. Segundo a decisão do juiz, a distribuição das publicações no Sindipetro evidenciaria “possível prática de propaganda eleitoral em bem de uso comum”.

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) classificou o ato como uma “censura incompatível com o regime democrático do país” e disse que a decisão judicial “viola a garantia constitucional da liberdade de expressão”.

Após a apreensão, postagens com ilações enganosas sobre a possível prática de caixa 2 na campanha de Haddad viralizaram na rede. Segundo o CrowdTangle, um post do jornal Clique Diário obteve no Facebook mais de 100 mil interações (reações, comentários e compartilhamentos) até às 17h desta terça-feira, 23 de outubro.

Investigado por: 2018-10-24

Lula não foi autorizado a dar entrevista antes do segundo turno

É falsa a informação disseminada no WhatsApp de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi autorizado a dar uma entrevista à TV Globo. A emissora sequer apresentou pedido de entrevista à Justiça, e, de acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal), nem entrevistas a outros veículos de comunicação foram autorizadas.

A mensagem falsa que circula no aplicativo diz que Lula seria entrevistado pela Globo no próximo sábado, dia 27, véspera da realização do segundo turno das eleições. O site Ursal Brasil também publicou um texto com esta informação inverídica. A publicação deste site aparece com a data de 15 de setembro de 2015, quando o ex-presidente ainda não estava preso em Curitiba e não havia proibição de entrevistas.

Em setembro, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, chegou a autorizar que Lula concedesse entrevista à “Folha de S.Paulo”, mas esta decisão foi suspensa por Luiz Fux.

No começo de outubro, Lewandowski autorizou Lula a dar entrevistas, mas encaminhou sua decisão ao presidente da corte, Dias Toffoli para que ele deliberasse sobre a execução.

Procurado pelo projeto Comprova, o STF informou que não há novidades em relação ao caso. Toffoli decidiu que as entrevistas de Lula ficam suspensas até “posterior deliberação” do plenário do Supremo.

O Fato ou Fake, do Grupo Globo, e o Boatos.org já desmentiram esta peça de desinformação.

O pedido de verificação do boato chegou ao Comprova pelo WhatsApp do projeto (11-97795-0022).

Investigado por: 2018-10-24

Horário de verão só começa depois do 2º turno e não vai afetar urnas eletrônicas

Não é verdadeira a mensagem que circula no Whatsapp e nas redes sociais que diz que as urnas eletrônicas estariam programadas para adotar o horário de verão no segundo turno das eleições e, assim, não computariam os votos feitos depois das 16h.

Segundo o governo federal, a mudança do horário de verão só valerá a partir do dia 4 de novembro, ou seja, após o segundo turno das eleições, marcado para o dia 28 de outubro.

O Comprova consultou, além do site do governo, o Tribunal Superior Eleitoral. O acordo para que a alteração fosse feita depois do pleito foi firmado com o Palácio do Planalto em dezembro de 2017. Em 4 de novembro, os relógios serão adiantados em uma hora no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

De acordo com a Justiça Eleitoral, “as urnas não estão programadas para entrar no horário de verão antecipadamente, mas sim, para funcionar no horário oficial.”

Neste domingo, 28 de outubro, a votação ocorrerá normalmente entre 8h e 17h, pelo horário local.

No Facebook, o boato circulou em vários perfis, mas com pouca viralização.

O próprio TSE desmentiu a informação que circula nas redes sociais. O mesmo fez o Fato ou Fake, do G1.

Auditoria em urnas apreendidas no Paraná concluiu que não houve fraude

Mensagem que circula no WhatsApp sobre comprovação de fraude nas urnas que foram apreendidas em Curitiba no dia 7 de outubro, no primeiro turno das eleições, é falsa. A auditoria de tais urnas – que foi determinada pelo corregedor regional eleitoral, desembargador Gilberto Ferreira, atendendo a pedido de comissão provisória do PSL –, ainda não havia sido realizada quando o boato começou a circular. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) realizou a auditoria no dia 19 de outubro e descartou a fraude.

Para verificar o áudio, o Comprova entrou em contato com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que informaram que nesta quinta-feira, 18, às 14 horas, foi realizada uma audiência pública para instalar a auditoria das urnas da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba pertencentes às seções 654, 655, 664 e 674; da 178ª Zona Eleitoral de Curitiba, a urna pertencente à seção 114; e da 9ª Zona Eleitoral de Campo Largo, a pertencente à seção 292.

A auditoria aconteceu na sexta-feira, 19 de outubro, na sede do TRE-PR. Na ocasião, os auditores responderam “a uma pergunta muito simples: os problemas apontados pelos eleitores foram decorrentes de algum tipo de fraude visando modificar a intenção do voto?”, explicou Ferreira. O resultado da auditoria saiu no mesmo dia: “Não há indícios de qualquer fraude no sistema ou no funcionamento das urnas”.

O áudio falso de mais de cinco minutos tem sido compartilhado acompanhado do texto: “As provas foram entregues ao Delegado Franschini (sic) é a cúpula do PSL. Coisa de derrubar a República… Os militares estão (a ala esmagadora que apoia Bolsonaro) cientes. Rosa Weber já sabe. Temer já sabe. Villas Boas já sabe. Jungleman (sic) já sabe! A coisa tá pegando…”. Segundo a gravação, “(a eleição) foi fraudada, já está comprovado, o TSE não quer fazer a impugnação das urnas, que é o correto pela Justiça”.

A menção ao deputado federal Delegado Francischini (PSL-PR) é decorrente do pedido realizado pelo parlamentar, através da comissão provisória do PSL, para a realização das auditorias nas urnas, sob o argumento de que vários eleitores relataram que não conseguiram confirmar o voto para presidente da República nas urnas. O deputado anunciou a realização da auditoria na sua página do Facebook no último dia 15, mas não mencionou qualquer conclusão do processo.

Já a afirmação de que autoridades como Rosa Weber, presidente do TSE; Michel Temer (MDB), presidente da República; Eduardo Villas Boas, comandante do Exército Brasileiro; e Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, sabiam da “fraude” é inadequada, já que ela não foi confirmada. Por meio de nota, o TSE afirmou que “trata-se de mais um conteúdo falso” e que, “nos 22 anos de urnas eletrônicas, não há qualquer comprovação de fraudes relacionadas a esses equipamentos”.

A gravação dizia ainda que “a cada não sei quantos votos eram votos mandados para a chapa do Haddad (sic)” e que a fraude estaria no código-fonte das urnas. Sobre isso, a nota do TSE esclareceu que “todas as urnas utilizam os mesmos sistemas, os quais são criptografados e assinados digitalmente. O código-fonte dos sistemas eleitorais ficou disponível para auditoria por seis meses” e que “por esse processo de auditoria, é verificado que os votos inseridos na urna correspondem ao total por elas apurado”.

A mensagem enganosa chegou ao Comprova por meio do WhatsApp.

Este post foi atualizado em 23 de outubro de 2018.

Investigado por: 2018-10-23

Fernando Haddad não comemorou a queda das torres gêmeas em aula na USP

O candidato à Presidência do PT, Fernando Haddad, estava licenciado das atividades de professor da Universidade de São Paulo (USP) no dia 11 de setembro de 2001 e não ministrou aulas naquele ano — e, portanto, não poderia ter comemorado a queda das Torres Gêmeas em classe, conforme relata um post viral no Facebook.

Segundo informações do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Haddad se licenciou entre os dias 2 de janeiro de 2001 e 1º de janeiro de 2003. No período, ele era chefe de gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico da cidade de São Paulo. A confirmação do licenciamento foi publicada na página 23 do Diário Oficial do Estado de São Paulo em 23 de janeiro de 2001.

A nomeação do petista para o cargo está registrada no Diário Oficial do município, assinada pela então prefeita Marta Suplicy na data informada pela USP. Uma reportagem da Folha de S.Paulo de setembro do mesmo ano registrou falas de Haddad como chefe de gabinete da secretaria.

Em texto no Facebook, Aline Soares, que se apresenta como ex-aluna de graduação de Ciências Sociais da USP, afirma que, na noite de 11 de setembro, Fernando Haddad teria cancelado uma aula de “Teoria Política 4” para “comemorar” e “celebrar” o atentado terrorista em Nova York. Segundo ela, o professor teria dito que “o capitalismo havia ruído” após o ataque.

No entanto, Haddad só voltaria a dar aulas para a graduação da USP em 2017, de acordo com a assessoria da instituição. Anteriormente, o petista só havia ministrado disciplinas em duas ocasiões: no segundo semestre de 2002, quando ensinou “Problemas e Tendências da Teoria Política Contemporânea”; e no primeiro semestre de 2015, com o curso “Economia e Política da Cidade”.

Ambas as matérias citadas eram voltadas para a pós-graduação. Em 2015, o retorno do então prefeito de São Paulo à docência foi registrada em várias reportagens.

O Comprova acessou o currículo Lattes da mulher que faz o relato. Ela diz que foi aluna da universidade de 2000 a 2005. A disciplina a que ela se refere em seu texto é “Política IV – Instituições Políticas Brasileiras I”, do ciclo básico de Ciências Sociais.

A assessoria da FFLCH, no entanto, informa que Haddad nunca ministrou esse curso “porque não faz parte da área de pesquisa dele”. Em geral, o candidato à Presidência dá aulas de “Política II – Pensamento Político Moderno” e “Política III – Teoria Política Moderna”.

Até a noite da segunda-feira, 22, o post enganoso tinha 11 mil interações na rede social. O relato foi republicado por sites como Agência Caneta, com 33 mil interações.

Investigado por: 2018-10-19

Vaias em evento do PT não foram para Haddad, mas para político do MDB

É falsa a informação sobre o candidato à presidência da República Fernando Haddad (PT) ter sido vaiado e chamado de traidor por correligionários. O protesto, na verdade, ocorreu em 22 de agosto deste ano e foi direcionado ao ex-governador de Sergipe Jackson Barreto, do MDB. Na ocasião, uma comitiva recebia Haddad na sede do Partido dos Trabalhadores em Aracaju quando ele ainda era vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O vídeo real das vaias está sendo compartilhado com um título que não corresponde à realidade: “PETISTAS chamam HADDAD de TRAIDOR e gritam FORA HADDAD! Foraaaaaaá”. Nos comentários de uma das publicações do YouTube com mais visualizações, internautas chegaram a dizer que “nem os petistas aguentam Haddad”. Por outro lado, outros comentaristas alertaram que a menção ao candidato petista era falsa.

Na gravação, é possível ouvir o grupo dizendo “Jackson traidor” e “Fora, Jackson”. Para localizar a informação correta, o Comprova fez uma busca no Google usando esses termos. Veículos de imprensa locais reportaram a manifestação dos petistas contra o emedebista Jackson Barreto (como aqui e aqui). Não há nenhum registro de protesto relacionado a Haddad na ocasião.

O ex-governador Jackson Barreto, ao Política em Foco, comentou o episódio. “Um grupo de quatro gatos pingados do Sintese [Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe] tentou criar constrangimento para mim durante visita de Fernando Haddad”, disse. Em Sergipe, MDB e PT estão na mesma coligação.

A publicação enganosa no YouTube usou um vídeo com qualidade inferior ao original, publicado pelo NE Notícias. Essa estratégia dificulta a busca reversa de frames em ferramentas de pesquisa na internet. Mesmo assim, com o Google, foi possível localizar o conteúdo com informação falsa em contas do Twitter e em sites que apoiam o candidato Jair Bolsonaro (PSL).

O post mais antigo com a informação falsa encontrado pelo Comprova foi postado em 30 de setembro pelo usuário @rcp01. No texto que acompanha o vídeo ele afirma que “nem a militância petista quer Haddad” e ainda usa uma hashtag de apoio a Bolsonaro. O tuíte recebeu 770 retuítes e 1.444 curtidas até o dia 19 de outubro. No YouTube, o vídeo com o título falso mais popular foi visualizado cerca de 240 mil vezes. Foi publicado no perfil Evil Gamers Brasil, voltado a conteúdo político favorável ao candidato do PSL.