O Projeto Comprova é uma iniciativa colaborativa, apartidária e sem fins lucrativos liderada pela Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e que reúne jornalistas de 42 veículos de comunicação para zelar pela integridade da informação que molda o debate público. O objetivo é oferecer à audiência uma compreensão clara e confiável dos acontecimentos e contribuir para a integridade do ambiente digital e para uma sociedade mais bem informada e resiliente à desinformação.
O Comprova é uma unidade autônoma na Abraji, com orçamento próprio e governança compartilhada com os veículos que participam do projeto. As decisões institucionais são tomadas por um colegiado de representantes dos veículos membros e da própria Abraji.
Letramento da integridade do ambiente digital
O Comprova está comprometido em oferecer em seus conteúdos letramento para a integridade digital. Esse letramento reforça a capacidade dos cidadãos para analisar criticamente o ecossistema digital (mídia e algoritmos) e para agir de forma ética e responsável na produção e circulação de informações, defendendo a verdade e a segurança online. A integridade do ambiente digital permite aos usuários uma jornada digital segura e está alicerçada em três eixos:
- Integridade da Informação (Letramento Midiático) – Este eixo foca em proteger a qualidade e a veracidade do que consumimos e compartilhamos. É o combate à desinformação e aos golpes.
- Integridade da Plataforma (Letramento Algorítmico e para IA) – Este eixo foca em compreender como a estrutura das redes sociais e das IAs afeta nossa percepção de mundo e nossas escolhas.
- Integridade Pessoal (Cidadania e Ética) – Este eixo foca no comportamento do cidadão: como ele constrói sua reputação e como ele interage com os outros online.
Nossos princípios orientadores
Os parceiros do Comprova desenvolveram e concordaram, juntos, em seguir cinco princípios básicos:
Rigor: a linguagem utilizada nas chamadas e nos textos vai contextualizar e explicar as informações baseada apenas em evidências comprováveis. Isso também vale para todas as imagens, ilustrações ou indicadores visuais que demonstram se uma informação é confiável ou falsa.
Nenhum relato será publicado sem que pelo menos três redações parceiras concordem com os passos de verificação seguidos, as conclusões obtidas e a veracidade geral do texto.
Integridade e imparcialidade: decidiremos que rumores, declarações ou conteúdo serão investigados com base na possível dissipação rápida das informações e para além de comunidades de nicho. Isso será avaliado por meio de algoritmos de previsão.
A cada semana, a produção do Comprova será revisada por um Conselho Editorial que identificará qualquer padrão enviesado não intencional. O Conselho é formado por representantes sênior dos veículos de comunicação parceiros.
Todas as redações são responsáveis umas pelas outras e entendem que sua produção individual receberá, do Comprova, a mesma análise que qualquer outra fonte.
Independência: como uma coalizão, o Comprova trabalha no melhor interesse público e é completamente independente de qualquer outra organização. Decisões operacionais e editoriais são tomadas coletivamente sem sofrer influência do apoio financeiro ou tecnológico recebido de outras organizações comerciais ou auxiliares.
O projeto não tem filiação política e os jornalistas participantes concordam em se declarar impedidos de investigar assuntos em que possam ter algum conflito de interesses.
As organizações que ajudam na coordenação do Comprova fornecem suporte técnico e administrativo, além de orientações baseadas em seus campos de atuação. Em qualquer caso, a coalizão não se obriga a seguir esses conselhos e preserva sua autonomia coletiva sobre o projeto.
Transparência: toda reportagem mostrará claramente como o rumor, a declaração ou o conteúdo foi selecionado (com base na evidência de que pode ser muito disseminado e na relevância para o interesse público). Também explicará os passos seguidos durante a investigação, incluindo links para fontes quando for seguro e apropriado.
Quaisquer alterações ou correções serão claramente identificadas e explicadas.
Responsabilidade ética: o projeto se esforçará, em tempo integral, a não estimular rumores ou informações falsas. Não publicará links para conteúdo problemático nem dará legitimidade a informações que circulam por comunidades pequenas e de nicho.
Em casos de pessoas identificadas erroneamente, falsamente acusadas ou correndo o risco de se transformar em vítimas a partir de sua inclusão em uma reportagem, o Comprova tomará todas as medidas necessárias para proteger a identidade e a dignidade dos indivíduos.
Declarações e outros itens de conteúdo serão investigados e publicados com base em sua relevância para a missão do projeto: informar os leitores de maneira precisa a respeito dos temas que estão no escopo do projeto. A decisão sobre o que publicar não levará em conta artifícios que chamem a atenção ou reforcem o projeto, como uso de manchetes sensacionalistas ou ênfase em polêmicas.
Uso de etiquetas
O Comprova usou etiquetas para reforçar as conclusões de suas verificações até maio de 2025. Depois dessa data, o projeto aboliu seu uso buscando uma abordagem mais explicativa para suas verificações e acrescentando, além da checagem dos conteúdos, também uma investigação sobre os criadores dos conteúdos investigados e suas intencionalidades e mostrando as táticas usadas pelos desinformandos para torná-los convincentes e virais.