Foto que associa Alckmin a “líder do PCC” é enganosa
Uma foto em que aparecem juntos o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) e o atual prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (PRB), está circulando por grupos de WhatsApp com uma inscrição sobre a imagem que sugere proximidade entre o “líder do PCC” e o “líder de São Paulo”.
Ney Santos já foi preso duas vezes – em 1999, por receptação e formação de quadrilha, e em 2003, por roubo a banco. Foi solto por falta de provas em 2005. Mas, durante a campanha de 2010, ele chegou a ter a prisão temporária decretada durante uma investigação sobre o rápido crescimento de seu patrimônio e uma possível ligação com a facção criminosa. Em 2016, foi acusado pelo Ministério Público por associação ao tráfico, de integrar organização criminosa e lavagem de dinheiro. Na época, ele era presidente da Câmara de Vereadores de Embu das Artes e foi considerado foragido.
Eleito prefeito de Embu das Artes em 2016, assumiu graças a uma liminar do STF e teve o mandato cassado este ano, por suspeita de uso de dinheiro do tráfico de drogas e doações ilícitas na campanha de 2016. A sentença não teve caráter suspensivo, por isso ele continua no cargo.
As fotos e vídeos com Geraldo Alckmin foram feitos em 2010, quando Alckmin era candidato ao governo de São Paulo – e foi eleito -, e Ney Santos tentava uma vaga na Câmara dos Deputados, então pelo PSC. Os partidos faziam parte da mesma coligação, o que justificaria a presença de Alckmin naquele evento de campanha. Desde então, o boato de ligação entre os dois reaparece a cada pleito. Há, também, uma montagem em vídeo no YouTube que voltou a circular.
A campanha de Geraldo Alckmin já se pronunciou sobre essa alegação. Uma nota no site do candidato diz que quando o vídeo de apoio foi gravado, em 2010, Alckmin desconhecia qualquer denúncia contra Ney Santos e que as notícias que circulam na internet são mentirosas.
A assessoria de Ney Santos respondeu ao Estadão Verifica, que já checou esse boato, que as informações são falsas e que ele não concorre a nenhum cargo em 2018. Vale ressaltar que Santos está inelegível. Em sua página do Facebook, Santos divulgou um vídeo falando sobre acusações recorrentes que são feitas contra ele e podem prejudicar os candidatos que ele apoia para deputado estadual e federal – o presidente da Câmara de Embu, Hugo Prado, e sua irmã, Ely Santos, respectivamente. Não há menção a Alckmin.
A ligação entre os dois já foi usada contra Alckmin em 2010, na campanha do governo estadual, pela equipe de Aloizio Mercadante, candidato pelo PT. É o que mostra nota da coluna Painel, da Folha de S.Paulo. Coincidentemente, os partidos dos dois políticos – PSDB e PRB – estão na mesma coligação em 2018.