Não há indícios de que o dinheiro apreendido em Viracopos era destinado a Haddad ou a Adélio Bispo
Não há nenhum indício que confirme alegações que circulam nas redes sociais de que a fortuna confiscada da comitiva da Guiné Equatorial no aeroporto de Viracopos, no dia 16 de setembro, era destinada à campanha do candidato à presidência Fernando Haddad (PT) ou a Adélio Bispo de Oliveira, o homem acusado de ser o autor do atentado contra Jair Bolsonaro no dia 6 de setembro.
O perfil no Facebook de um usuário que se apresenta como sendo Paulo Cesar Brasil, por exemplo, afirma que “criminosos internacionais vieram deixar dinheiro para campanha de Haddad”. Outro artigo, publicado na manhã de segunda-feira, 17 de setembro, pelo site Jornal da Cidade Online, diz que “Dinheiro da Guiné Equatorial pode ter sido enviado para pagar os advogados de Adélio”.
Até o momento, não há indícios que confirmem as alegações de que o dinheiro e os relógios de luxo estariam destinados à campanha presidencial de Fernando Haddad (PT) ou para custear a defesa legal de Adélio Bispo de Oliveira. Contatados pela AFP, membro do Comprova, tanto a Receita Federal, que confiscou o material de valor trazido pela comitiva guinéu-equatoriana, quanto a Polícia Federal, que investiga o caso, disseram que não houve ainda nenhuma manifestação oficial sobre o episódio até o momento.
O ministério das Relações Exteriores declarou à AFP que “mantém comunicação permanente com a Polícia Federal e o Serviço de Aduanas para seguir o caso e decidir sobre quais medidas tomar”, sem dar mais detalhes.
A Embaixada da Guiné Equatorial no Brasil ainda não respondeu à solicitação de contato.
As publicações disseminando informações sem evidência sobre o destino da riqueza apreendida em Viracopos identificadas pelo Comprova somam cerca de 100 mil compartilhamentos no Facebook desde que começaram a circular no dia 16 de setembro até a publicação deste post, segundo medições feitas com a ferramenta Crowd Tangle.