Médico e empresários enganam ao desqualificar medidas protetivas e culpar China pela pandemia
- Enganoso
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- Em vídeo compartilhado pela deputada Bia Kicis, o médico Alessandro Loiola e os empresários Fabrizio Fasano Jr e Marcos Bellizia fazem afirmações sem sustentação a respeito de temas como máscaras e distanciamento social
- Conteúdo verificado: Vídeo publicado no Instagram por deputada federal com alegações sobre a pandemia.
Existe justificativa científica que explique o período de isolamento por 14 dias para pessoas infectadas por covid-19, ao contrário do que afirma o médico Alessandro Loiola em um vídeo que circula pelas redes sociais. A definição sobre o tempo de isolamento para uma pessoa contaminada pelo novo coronavírus se baseia em estudos sobre o tempo de incubação do vírus, ou seja, o período do início da infecção até a carga viral se tornar alta o suficiente para retransmissão e manifestação de sintomas.
No trecho do vídeo, que foi compartilhado pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), no Instagram, o médico é entrevistado pelo empresário Fabrizio Fasano Jr., apresentador do programa “Coliseum” no YouTube. Outro empresário, Marcos Bellizia, também participa da conversa.
No programa, Loiola também afirma, de forma equivocada, que crianças são menos suscetíveis à contaminação pela covid-19 e que não são fontes de transmissão da doença. De acordo com informações disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças são tão propensas quanto os adultos a contrair covid-19, porém têm uma probabilidade menor de complicações graves e menos risco de morte, por isso não fazem parte do grupo de risco.
No programa, Loiola também diz que a China estava preparada para a pandemia e que foi o país que mais lucrou com a crise sanitária – afirmações que são enganosas. De acordo com o relatório da Organização Mundial do Comércio, entidade que supervisiona as relações comerciais entre os países, a China já era o principal exportador de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas, entre 2017 e 2019. Além disso, o PIB da China não cresceu 10%, como os participantes do programa afirmam, mas 4,9% no terceiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2019, como mostra esta reportagem do Valor Econômico publicada em outubro.
Como verificamos?
O Comprova procurou as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto ao uso de máscaras e período de isolamento, bem como a análise de especialistas e estudos científicos na área. Também consultamos os boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde para entender como a covid-19 afeta diferentes faixas etárias no Brasil.
Entrevistamos o PhD em Microbiologia, na área de Genética de Bactérias pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, ICB-USP, Luiz Almeida, e o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor), Jorge Kalil.
Procuramos a Sinovac e a embaixada da China para comentar as alegações e insinuações feitas no vídeo, sobre a vacina desenvolvida contra a covid-19 e sobre supostos ganhos econômicos com a pandemia, mas, até o fechamento desta reportagem, não recebemos nenhuma resposta.
Por fim, questionamos o médico Alessandro Lemos Passos Loiola, que aparece no vídeo verificado sobre o embasamento de suas afirmações. Não houve resposta até a publicação desta checagem.
O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 18 de dezembro de 2020.
Verificação
Como ocorre a transmissão?
O período de isolamento necessário para uma pessoa com covid-19 se baseia em estudos sobre a dinâmica de transmissão do novo coronavírus. Luiz Almeida, PhD em Microbiologia, na área de Genética de Bactérias pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, ICB-USP, explica que há um período em que a probabilidade de passar covid-19 para outra pessoa é maior: “Quando somos infectados, o vírus começa a se reproduzir em nosso corpo e leva alguns dias até que ele exista em quantidade suficiente para ser retransmitido. A probabilidade de transmissão é maior nos períodos em que a carga viral está elevada”. É neste momento, afirma Almeida, que os sintomas têm uma maior probabilidade de se manifestarem.
O tempo de incubação é o período do início da infecção até a carga viral se tornar alta o suficiente para retransmissão do vírus e manifestação de sintomas. Cientistas estudaram especificamente o tempo de incubação do novo coronavírus.
De acordo com Almeida, “este tempo de replicação viral, em média, é de quatro a oito dias após a infecção, sendo que temos relatos de alta carga viral em até 14 dias. Portanto, existe uma maior probabilidade de transmitir o vírus em até 14 dias após o início da infecção”.
O biólogo ressalta que o tempo de incubação foi averiguado já no início da pandemia. Ele cita como exemplo este estudo publicado do The New England Journal of Medicine. O painel “A” da tabela abaixo detalha o tempo de incubação do SARS-CoV-2 (nome científico do novo coronavírus).
Além do tempo de incubação, é importante entender o mecanismo de transmissão em si. A covid-19 é uma doença respiratória, como explica o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor), Jorge Kalil. “Se uma pessoa estiver com a doença respiratória, ela fundamentalmente transmite através de gotículas de saliva ou por secreção nasal. Por isso é importante usar a máscara e o distanciamento”, acrescenta o professor.
Assintomáticos transmitem?
Os dois especialistas consultados pelo Comprova afirmam que uma pessoa sem sintomas ainda é capaz de transmitir covid-19. Kalil explica que “assintomáticos também podem transmitir a doença, porque eles têm o vírus nas fossas nasais e na garganta. Inclusive, a pessoa pode começar a transmitir o vírus dois dias antes de manifestar os sintomas”.
De acordo com Almeida, a transmissão sempre depende do tempo de incubação, “que em média é o mesmo para pessoas com sintomas e sem sintomas”. O biólogo afirma que a principal diferença é o local do organismo onde o vírus se propaga. “Em assintomáticos, a gente vê mais em vias aéreas superiores, então não causa tantos sintomas severos quanto nos casos graves de covid-19, que acabam infectando o pulmão, as vias aéreas inferiores. Mas o tempo de transmissão, em hipótese, deve ser o mesmo”, esclarece Almeida.
Isolamento e máscara de proteção
O isolamento está relacionado ao tempo de incubação. A pessoa diagnosticada evita contato com outras pessoas pelo período em que há mais probabilidade de transmitir o vírus –ou seja, 14 dias a partir do momento em que ela própria contraiu o novo coronavírus. Como não é possível determinar o momento exato da contaminação, o prazo começa a contar a partir do diagnóstico positivo.
Kalil lembra que “medicina não é matemática” e que cada caso é um caso. O fim das duas semanas não significa, necessariamente, que a pessoa deixou de transmitir o vírus. Se ela ainda manifesta sintomas, por exemplo, é provável que a carga viral ainda esteja alta o suficiente para infectar outras pessoas.
Já o PhD em Microbiologia Luiz Almeida alerta que “em um mundo ideal, pessoas diagnosticadas com o vírus deveriam ficar internadas nos hospitais para acompanhar a evolução da doença e serem liberadas após o diagnóstico médico de que elas não são mais capazes de transmitir o vírus”.
“Como não temos leito médico para todas as pessoas infectadas, quem for diagnosticado com o vírus deve evitar ao máximo o contato com familiares e parentes”, completa.
Há recomendações específicas para o isolamento domiciliar –quando a pessoa diagnosticada com covid-19 precisa continuar na mesma casa que seus familiares durante o período de isolamento, como explica este guia do governo paranaense.
Já a máscara de proteção funciona como uma barreira mecânica contra as gotículas que carregam o novo coronavírus. Ela é importante porque nem todas as pessoas infectadas manifestam os sintomas e, como Kalil afirmou, a transmissão pode começar antes mesmo dos primeiros sinais da doença.
Segundo Luiz Almeida, “as máscaras impedem que parte das gotículas que carregam o coronavírus se dispersem no ar. Está muito bem documentado que uma nova infecção está relacionada e é diretamente proporcional à quantidade de partículas virais que ela é exposta”. Quanto maior for o número de partículas virais que você for exposto, maior a probabilidade de a transmissão ocorrer” aponta o biólogo.
A proteção é proporcional ao tempo de uso da máscara. Quanto mais tempo usar, menor a probabilidade de contágio. Uma pessoa que remove a máscara só para comer em locais públicos estará mais protegida que aquela que não usa máscara em nenhum momento. A eficácia da máscara também está relacionada ao seu uso adequado.
Crianças transmitem?
Conforme informações do Departamento Científico de Infectologia, disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as crianças são tão propensas quanto os adultos a contrair covid-19, porém apresentam menos sintomas ou risco de desenvolver doença grave. Quer dizer que pessoas de todas as faixas etárias estão suscetíveis à doença.
No entanto, como crianças têm uma probabilidade menor de complicações graves e menos risco de morte, não estão dentro do grupo de risco. Além disso, costumam apresentar poucos ou nenhum sintoma, o que não as impede de transmitir a doença. Na verdade, elas podem representar um importante vetor de transmissão. O risco é que a criança com covid-19 acabe contaminando outras pessoas de forma silenciosa, já que não chega a ser diagnosticada com o novo coronavírus.
Estudo da Fiocruz ainda afirma que a “covid-19 sobre a saúde de crianças e adolescentes no Brasil, assim como em outros países da América Latina, tem potencial muito mais negativo do que o que vem sendo relatado em países da Europa e América do Norte”.
Como a maioria das crianças infectadas não apresenta sintomas ou os sintomas são menos graves, o teste diagnóstico geralmente não é realizado na maioria dos casos, fazendo com que o número real de crianças infectadas seja menor. Ainda é incerto o papel das crianças no elo de transmissão do vírus.
De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, que apresenta a análise referente ao período de 26 de fevereiro a 05 de dezembro de 2020, do total de 974.032 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) hospitalizados com início de sintomas, 54,4% (529.549) foram confirmados para covid-19. Desse total, 13.276 (2,51%) são da faixa etária de 0 a 19 anos. Nesse intervalo, 10.448 (1,97%) casos ainda estão em investigação.
Sinovac tem acordo assinado em pelo menos cinco países
No vídeo, o empresário Marcos Bellizia diz que a vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan estaria sendo negociada apenas por “outros dois pequenos países”. Porém, além de já estar sendo aplicada na China em caráter emergencial, a Sinovac tem acordo com pelo menos outros três países, além do Brasil.
No início deste mês, o ministro da saúde da Turquia, Fahrettin Koca, anunciou o início da vacinação com a CoronaVac. De acordo com a agência Associated Press, o acordo entre o governo da Turquia e a Sinovac Biotech prevê a aquisição de 50 milhões de doses da vacina.
Em outubro, o governo chileno anunciou o acordo com a Sinovac para a compra de 20 milhões de doses caso o desenvolvimento seja bem-sucedido. De acordo com nota oficial, os estudos estão na fase três e mais de 400 voluntários já participaram do ensaio clínico da CoronaVac.
No final de agosto, a Sinovac divulgou outros dois acordos com a PT Bio Farma, líder biofarmacêutica da Indonésia, para o fornecimento, produção local e licenciamento da tecnologia da CoronaVac. O acordo prevê o fornecimento da matéria-prima da vacina a granel para a produção de pelo menos 40 milhões de doses da CoronaVac até março de 2021; após o mês de março a Sinovac continuará fornecendo a quantidade necessária da vacina a granel até o final de 2021.
A China e a pandemia
No vídeo, os participantes do programa questionam a venda de equipamentos de proteção individual (EPIs) pela China durante a pandemia. Fabrizio Fasano, o apresentador, diz que o país asiático estava “misteriosamente, preparadíssimo”. E Loiola afirma que, no período da crise sanitária global, a China “conseguiu faturar mais vendendo máscaras do que o Brasil com a venda de soja, açúcar e frango”.
De fato, a maior parte dos equipamentos de proteção individual usados em todo o mundo no contexto da pandemia – máscaras e luvas, por exemplo – foi produzida na China. Nenhum dos participantes do programa menciona, porém, que a China já realizava a maior parte das exportações de EPIs antes mesmo da pandemia.
Um relatório da Organização Mundial do Comércio, entidade que supervisiona as relações comerciais entre os países, aponta que a China já era o principal exportador de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas, entre 2017 e 2019. De acordo com o documento, de abril deste ano, as exportações realizadas pela China, Alemanha e Estados Unidos representaram mais de 40% do total. Se consideradas só as máscaras vendidas para outros países em 2019, a China foi responsável por um quarto da produção.
Esta reportagem do New York Times explica que o governo chinês realizou diversos incentivos para produzir nacionalmente uma gama de produtos essenciais – e, provavelmente, deve dominar o mercado de EPIs mais uma vez, caso ocorra uma nova pandemia.
Neste ano, de fato, somente a venda de máscaras pela China somou mais de US$ 40 bilhões, enquanto o Brasil exportou US$ 23,8 bilhões em soja, US$ 4,2 bilhões em carne bovina in natura e US$ 3,5 bilhões em açúcar bruto, alguns dos principais produtos brasileiros no mercado internacional.
Mesmo com a grande participação dos produtos chineses no fornecimento, o aumento da demanda impactou o setor como um todo. Em 2020, o mercado brasileiro de EPIs hospitalares também cresceu. Os indicadores da Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg) mostram que a expectativa de evolução do mercado nacional de máscaras descartáveis, por exemplo, é de um aumento de 278%, em relação ao ano passado. Para os representantes do setor, só não houve um crescimento maior, especialmente em dólares, porque o governo proibiu a exportação dos EPIs voltados para a área hospitalar, para garantir o atendimento à demanda interna.
Além disso, é importante ressaltar que a China não estava “preparadíssima” para atender à demanda que disparou com a pandemia. No primeiro semestre, a própria Organização Mundial de Saúde alertou para a falta de equipamentos de proteção individual em vários países. No Brasil, boa parte dos profissionais de saúde denunciou a falta de EPIs nos primeiros meses da pandemia. Um levantamento da Associação Médica Brasileira mostra que houve registro de falta de máscaras, óculos, luvas, entre outros.
Durante a entrevista, Alessandro Loiola fala sobre o aumento das fortunas dos que já eram ricos no Brasil e nos Estados Unidos e diz que, durante a pandemia, os bilionários chineses ficaram 40% mais ricos, ao mesmo tempo em que o PIB do país cresceu 10%. E completa, se dirigindo aos entrevistadores: “Você acha que esse pessoal que tem dinheiro e poder quer que isso pare?”.
O PIB da China não cresceu 10%, mas 4,9% ao ano, no terceiro trimestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, como mostra esta reportagem do Valor Econômico publicada em outubro. Procuramos a Embaixada da China no Brasil para falar sobre as insinuações feitas durante a entrevista, mas não obtivemos resposta aos e-mails enviados nos dias 10 e 14 de dezembro.
Sobre o crescimento da economia chinesa durante a epidemia, o UOL publicou uma reportagem em março mostrando o impacto desta e de outras epidemias no país ao longo dos anos. O texto mostra que a economia chinesa de fato cresceu durante as epidemias, mas não só nelas: o PIB chinês não sofre uma queda desde 1976, de acordo com dados do Banco Mundial. Naquele ano, a economia encolheu 1,57%. Por isso, não é possível afirmar que o crescimento chinês esteja ligado às epidemias de H1N1 (2009), gripe aviária (2013), peste suína africana (2019) e coronavírus.
Em abril deste ano, o então ministro da Educação Abraham Weintraub usou as redes sociais para ironizar a China e insinuar que o país sairia fortalecido da crise. A Embaixada da China no Brasil usou a conta oficial no Twitter para rebater a postagem de Weintraub, dizendo que “tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”.
Quem participa do vídeo?
O médico Alessandro Loiola é natural de Vitória, no Espírito Santo, e atua como clínico-geral em São José dos Campos, em um consultório particular. Loiola apareceu em outra verificação recente do Comprova, que apontou que ele também é registrado como profissional no Conselho Federal de Medicina em Minas Gerais, nas áreas de cirurgia geral e proctologia. O médico tem dezenas de milhares de seguidores no Twitter e no Instagram, onde já fez diversas postagens relacionadas à pandemia de covid-19, falando em “riscos da vacina” e contra o uso de máscaras.
O médico não tem um currículo cadastrado na plataforma Lattes.
Em novembro do ano passado, Alessandro Loiola foi nomeado pelo então secretário de cultura, Roberto Alvim, como Coordenador-Geral de Empreendedorismo e Inovação, do Departamento de Empreendedorismo Cultural, da Secretaria da Economia Criativa. Ele foi exonerado menos de dois meses depois, em janeiro de 2020, após a saída de Alvim da chefia da pasta.
Além de desmentir que as vacinas sejam capazes de provocar danos genéticos, o Comprova também já classificou como enganosas outras afirmações dele sobre a eficácia das máscaras.
O Programa Coliseum é apresentado no YouTube pelo empresário do ramo da gastronomia Fabrizio Fasano Jr. Membro da família Fasano, famosa pelos hotéis e restaurantes no país, Fabrizio já participou de reality shows culinários na TV aberta e fechada. Nas redes sociais, já se desentendeu com o apresentador Danilo Gentili, e já realizou várias postagens em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e questionando a gravidade da pandemia da covid-19.
O terceiro participante do programa é o empresário Marcos Bellizia, empresário sócio da SG Consulting, de gestão empresarial. Ele aparece na lista de empresários apoiadores de Bolsonaro investigados no “inquérito da fake news”, do Supremo Tribunal Federal (STF). Contra Bellizia, foram cumpridos mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal, por suspeita de financiar a organização de atos antidemocráticos e a divulgação de fake news, além de promover ataques virtuais contra o STF. Segundo matéria do Estadão, Marcos Bellizia também é “Ex-líder do movimento Nas Ruas, fundado pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP), ajudou a organizar e a encorpar atos pró-Bolsonaro”.
Por que investigamos?
Em sua terceira fase, o Comprova verifica conteúdos suspeitos que viralizaram na internet sobre as eleições, as políticas públicas do governo federal e a pandemia da covid-19.
Afirmações falsas ou fora de contexto, como as feitas por Alessandro Loiola no vídeo, são um risco para a população, que precisa de informações precisas para se proteger e diminuir as chances de contágio pelo novo coronavírus, por meio de medidas como o uso de máscaras. Acusações e insinuações sobre a China, no contexto da pandemia, também desviam o foco sobre a gravidade da doença, que já matou mais de um milhão e seiscentas mil pessoas no mundo, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
O trecho do programa Coliseum publicado pela deputada Bia Kicis no Instagram teve mais de 200 mil visualizações, e o programa completo, no YouTube, foi visto mais de 87 mil vezes.
Enganoso, para o Comprova, é conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.