Datena não gravou vídeo em apoio a Bolsonaro

É falso o vídeo que indica apoio do apresentador José Luiz Datena ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). A gravação original é do dia 3 de julho de 2018 e se refere, na verdade, ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB). Datena, à época, havia acabado de lançar seu nome ao Senado pelo Estado de São Paulo e gravou o depoimento para contribuir na campanha do tucano. Menos de duas semanas depois, porém, ele desistiu da disputa. Atualmente, o apresentador afirma que não tem candidato à presidência da República.

O Comprova localizou o vídeo original, que tem 1min12s. Para chegar à gravação, nós procuramos os vídeos compartilhados nas redes sociais de Alckmin no dia 3 de julho, data em que matéria da Folha de S. Paulo divulgou a declaração do apresentador. Houve ampla cobertura jornalística sobre o apoio de Datena a Alckmin, materializado na gravação do vídeo com expressa manifestação de apoio e confiança no candidato do PSDB (como aqui e aqui).

O vídeo disseminado como sendo de apoio ao candidato do PSL tem cerca de um minuto de duração. O conteúdo foi editado para três inserções de gravações de Bolsonaro em atividades de campanha, imagens que também não estão no vídeo original. Além disso, o símbolo do PSL foi adicionado no canto superior esquerdo do vídeo.

“Depoimento do apresentador Datena da Band em favor do Bolsonaro, vamos repassar, excelente (sic)”, diz o texto de uma publicação com o vídeo no Facebook. O momento em que ele cita o nome de Alckmin, no início da gravação, é suprimido.

O próprio Datena se manifestou, por meio de suas redes sociais, sobre o assunto. “Eu queria deixar bem claro que eu não tenho candidato pra presidente da República e qualquer vídeo que estiver rodando de apoio a quaisquer dos candidatos não é verdadeiro, é fake news. Essa é minha posição oficial, ok”, disse o jornalista em vídeo compartilhado no Instagram.

O Estadão constatou que o vídeo manipulado passou a ser disseminado após o apresentador da Band entrevistar Jair Bolsonaro, no último dia 28 de setembro. Apenas um dos vídeos com a informação falsa, no Facebook, foi visto, até a tarde desta quarta-feira (03), mais de 350 mil vezes e compartilhado outras 34 mil.

O Estadão e o Uol já fizeram o debunk desse vídeo.