Texto leva a conclusão equivocada ao ignorar ineficiência de medidas defendidas por Bolsonaro na pandemia
- Enganoso
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- Publicação diz que o presidente da República não pode ser responsabilizado pelas mortes por covid-19 porque medidas defendidas por ele não foram adotadas, mas não há comprovação científica de que essas ações tenham eficiência contra a pandemia
- Conteúdo verificado: Publicação em um perfil no Facebook e replicada por site afirma que ações defendidas pelo presidente Bolsonaro no combate à pandemia não foram implementadas e, logo, não é possível culpar o mandatário pelas mortes e o avanço da doença, que soma mais de 103 mil óbitos.
Um perfil de Facebook que usa o nome Bituca Von Wittgenstein alega que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não pode ser responsabilizado pelas mortes decorrentes da pandemia porque medidas defendidas por ele, como isolamento vertical e tratamento precoce com cloroquina e azitromicina, não foram colocadas em prática. O texto leva a conclusões enganosas já que dois dos três pontos levantados pelo post não têm eficiência comprovada contra a covid-19.
Em conversa com o Comprova, o titular do perfil afirmou: “Que o presidente teve esse posicionamento que eu escrevi no texto, ele teve; se ele é bom ou ruim, são outros 500, não fiz esse juízo de valor. Então, não existe a possibilidade, na minha concepção, de se falar em qualquer tipo de fake news em relação ao posicionamento dele”.
O perfil fez a postagem às 8h45 do dia 10 de agosto. O site Jornal da Cidade Online publicou o material 25 minutos depois como artigo de opinião. O texto viralizou rapidamente.
Como verificamos?
A primeira ação do Comprova para verificar o conteúdo foi tentar descobrir quem era o autor das postagens. Para isso, foram enviadas mensagens ao perfil de Bituca Von Wittgenstein no Facebook. Por meio de informações coletadas na rede social e pesquisa no LinkedIn, foi possível encontrar o responsável..
O Jornal da Cidade Online também foi contatado – o Comprova conversou, com seu editor, José Tolentino, por e-mail.
Também buscamos contato com algum especialista que pudesse elucidar melhor as informações técnicas da postagem. Naomar de Almeida Filho, epidemiologista, professor titular de epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) e vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) trouxe esclarecimentos sobre o isolamento vertical.
Foi utilizado o buscador Google para encontrar reportagens publicadas na imprensa e documentos públicos sobre tratamentos para covid-19, ações do governo federal para barrar a contaminação, a relação do presidente Jair Bolsonaro com prefeitos e governadores em tempos de pandemia e a atuação do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que é citado num terceiro ponto do texto.
Acionamos, via WhatsApp, o jornalista Milton Cardoso, que na noite do dia 10 de agosto – mesma data da postagem de Bituca Von Wittgenstein, publicada de manhã – fez um comentário com informações similares às do post no programa Band Cidade RS. A fala do comunicador gaúcho, inclusive, foi compartilhada nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro.
Usamos as ferramentas TweetDeck e CrowdTangle para monitorar o desempenho da publicação de Bituca Von Wittgenstein nas redes sociais.
O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 12 de agosto de 2020.
Verificação
O autor do texto
A página de Bituca Von Wittgenstein no Facebook tem a foto de um cão com a legenda “Bolsonaro tem meu apoio” e o presidente na imagem de capa. É apresentada como “Um cachorro defensor da moral e dos bons costumes. Odeio banho e petista!”. Já o sobrenome é o mesmo de Ludwig Wittgenstein, um dos principais filósofos do século XX.
Bituca publica fotos do cachorro e posts sobre política. Só em agosto, minimizou a gravidade de pandemia, insultou uma jornalista e criticou bolsonaristas que postam conteúdos falsos.
No dia 4 de agosto, o perfil publicou um post sobre a criação de uma página no Facebook em parceria com dois amigos. Ao clicar no link deste outro perfil, há um post do mesmo dia dando boas-vindas. No final, três pessoas assinam a publicação: duas são as mesmas citadas como amigas de Bituca e, a terceira, é “Fernando Vaisman (Bituca)”. Fazendo uma busca pelo nome no Google, aparece uma página no LinkedIn com a foto do mesmo homem que está em posts do perfil de Bituca como o dono do cãozinho. Segundo o LinkedIn, ele é sócio-diretor da empresa e formado em direito.
Em uma busca no Google pelo nome da empresa informada no LinkedIn, foi possível encontrar um número de telefone, que o Comprova confirmou ser o de Vaisman ao falar com ele por WhatsApp.
Lockdown não é eficaz?
O post afirma: “O presidente era contra o lockdown. Defendia o isolamento vertical desde o início. A vontade do presidente foi ignorada por prefeitos, governadores e pelo STF e, assim, cada um faz o que acha melhor, mesmo que as decisões sejam completamente incoerentes e absurdas”.
Mas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o lockdown é uma das poucas formas conhecidas de combate ao novo coronavírus. Em 1º de abril, Michael Ryan, diretor-executivo do Programa de Emergências da entidade, afirmou: “Além das medidas de lockdown, precisamos de estratégias abrangentes baseadas em vigilância, em intervenção de saúde pública, detecção de casos, testagem, isolamento, quarentena, e fortalecer nossos sistemas de saúde para absorver o golpe”.
Já em 20 de julho, um tuíte da organização assinado por seu diretor-geral, Tedros Adhanom, informou: “Como dissemos várias vezes, as chamadas medidas de lockdown podem ajudar a reduzir a transmissão da covid-19, mas não podem pará-la por completo” e cita o rastreamento de contatos como essencial para isolar os casos.
Em uma análise do isolamento vertical (que isola apenas os grupos de risco e é defendido por Bolsonaro) publicada no Nexo, em 25 de março, Eduardo Flores, virologista e professor do curso de medicina veterinária da Universidade Federal de Santa Maria, diz que o presidente “está na contramão de milhares de autoridades sanitárias e cientistas de todo mundo”.
O Reino Unido, assim como o Brasil, foi um dos países que minimizaram o perigo do vírus, com seu premiê recomendando, no início de março, que “a grande maioria” dos cidadãos continuassem tocando seus negócios “como sempre”. Mas, em 23 de março Boris Johnson decretou o lockdown. A situação do país estava tão grave que a rainha Elizabeth 2ª defendeu medidas de confinamento social em um pronunciamento. Até o fechamento deste texto, o país, de 66,65 milhões de habitantes, contabilizava 46.791 mortes, segundo a Johns Hopkins University.
A Suécia adotou o isolamento vertical e teve a mais alta taxa de letalidade entre os países nórdicos. Foram 5.774 mortes para 10,2 milhões de habitantes. Por outro lado, Dinamarca e Noruega, que instauraram o lockdown e têm, somados, 11,2 milhões de habitantes, tiveram menos de 900 óbitos.
Entre os países que adotaram o isolamento vertical e obtiveram bons resultados está a Coreia do Sul, que aliou a medida a outras estratégias, como testagens em massa e utilização de tecnologia para rastrear a movimentação dessas pessoas. Foram 305 óbitos em uma população de 51,6 milhões de pessoas.
Já a Nova Zelândia, que, entre outras ações, decretou o lockdown rapidamente após o primeiro caso de contágio, em 28 de fevereiro, é um dos países mais bem-sucedidos no combate à pandemia. Estava há 102 dias sem novos casos de transmissão local até que em 11 de agosto anunciou quatro infecções de origem desconhecida em Auckland. Com isso, a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, impôs um confinamento à cidade. No total, foram 1.579 casos de covid-19 confirmados e 22 mortes no país.
O Comprova questionou Vaisman sobre os bons resultados obtidos na Nova Zelândia com a adoção das políticas rígidas de isolamento. Ele acredita que “há uma série de desinformações” sobre outros países e que “ninguém sabe efetivamente o que aconteceu em cada país”.
Recurso inválido
Segundo o epidemiologista Naomar de Almeida Filho, que publicou em maio um artigo sobre o isolamento vertical na página oficial da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a medida é um recurso cientificamente inválido. “Em mais de 40 anos como professor e pesquisador em epidemiologia, nunca soube da existência dessa proposta. Com outros epidemiologistas, fiz uma busca cuidadosa na literatura médica e científica e nada encontrei”, afirmou o médico em entrevista ao Comprova.
Almeida Filho complementou que o isolamento vertical não é um conceito no campo da saúde coletiva nem no campo da medicina: “Por isso, eu o chamei de fraude pseudocientífica. Nunca foi proposto seriamente e, portanto, nunca foi usado para controlar epidemias no passado. Foi uma invenção de um consultor de negócios. Influenciado por conselheiros, Donald Trump mencionou essa ideia e, quase imediatamente, Bolsonaro adotou o isolamento vertical como política de governo.”
E continua: “Essa ideia fomenta a livre circulação dos contaminantes, buscando uma criminosa imunidade de rebanho, o que facilita o contágio e impede o bloqueio do processo epidêmico. O próprio Bolsonaro, e muitos seguidores, encorajaram a quebra de medidas de distanciamento”.
De acordo com o epidemiologista, isso trouxe como resultado “uma pandemia fora de qualquer controle. (…) Esperavam um pico, mas temos um platô, com média de mil mortes por dia, sem expectativa de redução da transmissão.”
A relação com prefeitos e governadores
A relação entre os governos federal, estaduais e municipais tem sido conflituosa no combate à pandemia. Em abril, Jair Bolsonaro disse, ao não encontrar consenso com governantes sobre o isolamento vertical, que poderia resolver a situação com uma canetada.
No mesmo mês, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), definiu que governos estaduais e municipais teriam autonomia para determinar o isolamento social. Chegou a circular nas redes sociais a informação falsa de que o Supremo teria afastado Bolsonaro do controle da covid-19. A mensagem foi desmentida em verificações da Agência Lupa e do Estadão Verifica.
Em junho, Bolsonaro usou o Twitter para criticar a adesão ao distanciamento social, afirmando que as medidas de combate à pandemia são determinadas por governadores e prefeitos.
Contudo, em julho, o presidente reconheceu que medidas de governadores e prefeitos “sempre visaram retardar contágio” da covid-19.
Em 8 de agosto, já com a marca de 100 mil mortes por covid-19, Bolsonaro enviou a parlamentares um relatório em que listava governadores e prefeitos dos locais com o maior número de novos óbitos e novos casos da doença. Em uma tentativa de se eximir das críticas pela condução do enfrentamento à doença, o chefe do Planalto atribuiu a responsabilidade pelo crescimento da pandemia aos gestores estaduais e municipais.
A azitromicina e a cloroquina
No segundo item da postagem, o perfil de Bituca assinala que “o presidente defendia desde lá atrás o tratamento precoce com cloroquina e azitromicina. Até agora há gente discutindo isso e criando problemas para o tratamento”. O responsável pela conta, Fernando Vaisman, justifica a declaração argumentando que o uso desses fármacos deve ser decisão do médico e do paciente, e que há diferença de tratamentos na rede pública ou privada. “Tenho casos de familiares que acabaram contraindo e quando foram ao médico, foi receitado azitromicina e hidroxicloroquina. Na rede pública, isso demorou muito para conseguir ser receitado, em especial para o tratamento precoce”, afirmou ao Comprova.
Ele complementou: “Ninguém está falando que tem que tomar hidroxicloroquina a torto e a direito, mas, a partir do momento que você adota isso como protocolo da rede pública, você permite ao médico receitar esse medicamento”.
Em 20 de maio, o Ministério da Saúde, já tendo como ministro interino o general Eduardo Pazuello, passou a orientar o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no “tratamento medicamentoso precoce” de pacientes com o novo coronavírus, mas ressaltou que “ainda não há meta-análises (…) que comprovem o benefício inequívoco dessas medicações para o tratamento da covid-19”.
A azitromicina é um medicamento eficaz para o combate a bactérias e não tem ação documentada contra vírus, como o SARS-CoV-2. A droga é prescrita, de forma experimental e associada à hidroxicloroquina, a pacientes infectados com o novo coronavírus. Além disso, de acordo com a OMS, não há, até o momento, tratamento efetivo ou drogas comprovadas contra o novo coronavírus. Essa posição é ratificada por autoridades sanitárias como Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Infectologia e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Questionado sobre o uso dessas medicações, o epidemiologista Naomar de Almeida Filho afirmou: “No caso da cloroquina, inclusive, há efeitos colaterais fatais. Isso é irresponsabilidade.”
As orientações do Ministério da Saúde
No terceiro item, Vaisman afirma: “O ministro da Saúde original (Mandetta) pregava que só se deveria ir ao hospital quando o paciente estivesse com falta de ar, o que só (sic) mostrou extremamente equivocado, já que, nesse caso, já há comprometimento dos pulmões e a chance de cura cai drasticamente. O ministro atual prega o tratamento precoce”.
De fato, durante a gestão de Luiz Henrique Mandetta, que ficou no cargo até 16 de abril, a cartilha divulgada pelo Ministério da Saúde com orientações sobre o novo coronavírus recomendava que só fosse procurado “um hospital de referência se estiver com falta de ar”. No caso de pacientes com apenas sintomas de gripe, a orientação era ficar em casa por 14 dias e seguir os conselhos da pasta para o isolamento domiciliar.
A falta de ar é indicativo de um quadro mais grave, que necessita de cuidados médicos – mas essa não é a maioria dos casos. Segundo um estudo da OMS de fevereiro, cerca de 80% das pessoas com covid-19 manifestam sintomas leves e acabam se curando em casa. Em torno de 14% têm quadros mais severos, que precisam de atendimento ambulatorial. E apenas cerca de 6% têm casos críticos.
Nesse sentido, a justificativa da orientação do Ministério da Saúde era evitar que o sistema de saúde ficasse sobrecarregado. Isso vale especialmente para o sistema de saúde público, responsável por atender três quartos da população brasileira. Além disso, a orientação visava diminuir os riscos de contaminação pelo novo coronavírus dentro dos próprios hospitais e postos de saúde, que poderiam ter aglomerações em filas ou salas de espera.
Essa foi a recomendação da pasta desde o início da pandemia, decretada em março pela OMS. Em julho, já sob a gestão do ministro interino da Saúde Eduardo Pazuello, o governo federal mudou a orientação, sugerindo às pessoas buscar assistência já nos primeiros sinais, como febre e tosse. O principal argumento foi aliviar a ocupação de UTIs.
A mudança coincide com a ampliação do uso da cloroquina para casos leves de covid-19, seguindo a agenda do presidente Jair Bolsonaro. O atendimento preventivo proposto pelo Ministério da Saúde propõe o uso desse medicamento e de seu derivado, hidroxicloroquina. Porém, no início de julho, a OMS retirou a cloroquina de seus testes científicos definitivamente. A entidade afirmou que o medicamento não resultou em “nenhuma redução da mortalidade de pacientes internados com covid-19 quando comparados ao padrão de atendimento”. Essa posição é ratificada por autoridades sanitárias como Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Infectologia e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A viralização
No dia 10 de agosto, à noite, no programa Band Cidade RS, principal telejornal da rede no Rio Grande do Sul, o comentarista Milton Cardoso fez um comentário com informações bastante similares às do post de Bituca Von Wittgenstein, que já tinham sido republicadas pelo Jornal da Cidade pela manhã.
“O presidente Bolsonaro sempre foi contra o famoso lockdown. Defendia o isolamento vertical desde o início. A vontade do presidente foi ignorada por decisão do STF, com apoio da ‘Rede Goebbels’, repassada para prefeitos, governadores, com decisões incoerentes e absurdas. (…) Veja você, telespectador, Jair Bolsonaro defendia desde o início o tratamento precoce com azitromicina, hidroxicloroquina. Com 100 mil mortos agora, grande número de prefeitos e governadores decidiram colocar a medicação à disposição da população. (…) Tem gente que reclama do ministro da Saúde, mas o ministro da Saúde, o marqueteiro Mandetta, lembram? Pregava que o paciente só procurasse o hospital quando estivesse com falta de ar, o que provocou com certeza o comprometimento de pacientes que poderiam ter evitado a hospitalização, UTIs e óbitos. A pergunta que não quer calar, meus amigos Lúcia e Sérgio [âncoras do jornal]: se o que o presidente pregava e prega nunca foi praticado, como é que ele pode ser responsabilizado pelas mortes?”, afirmou Cardoso.
Entramos em contato com Cardoso via WhatsApp para entender se ele havia utilizado como fonte o post de Bituca e ele respondeu: “Nunca tive qualquer contato. Não uso redes sociais. Não conheço Bituca”.
Também perguntamos a Vaisman, responsável pela conta do Facebook, se sabia do comentário no Band Cidade RS e se havia alguma relação com o texto original. “Sinceramente, nem sei quem é esse cidadão. Eu, basicamente, não leio mainstream, não vejo televisão”, afirmou.
No dia seguinte, 11 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro compartilhou o vídeo do comentário de Cardoso em suas redes sociais (Twitter, Facebook e YouTube), aumentando ainda mais a viralização do conteúdo. Em 12 de agosto, o site Coletiva.net publicou o texto “Com desinformação, comentário do jornalista Milton Cardoso é compartilhado por Bolsonaro”.
Por que investigamos?
Nesta terceira fase, o Comprova verifica conteúdos relacionados às políticas públicas do governo federal e à pandemia. Informações desencontradas, sem embasamento ou fora de contexto podem levar a população a agir de forma inadequada no combate ao novo coronavírus. O post de Bituca tinha 676 reações, 96 comentários e 294 compartilhamentos no Facebook até 12 de agosto. O alcance foi ampliado pela republicação no Jornal da Cidade Online, que atingiu 131 mil interações, segundo a ferramenta CrowdTangle – só no perfil do site foram 39 mil likes, 7,5 mil comentários e 21 mil compartilhamentos.
Ao levar o leitor a acreditar que Bolsonaro não pode ser responsabilizado pelos mais de 100 mil óbitos no país porque medidas que ele defendeu não teriam sido implementadas, o texto verificado ignora que duas das três ações não têm eficácia comprovada contra o vírus e não têm o apoio de autoridades sanitárias. Verificações tentando minimizar o impacto da pandemia já foram publicadas pelo Comprova, como a do médico que usou dados enganosos para sugerir conspiração sobre a covid-19, da publicação que dizia que a pandemia estava em declínio e do vídeo que afirmava que vírus da covid-19 existe desde 2003.
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